A distribuidora de insumos Agro Amazônia, subsidiária da multinacional Sumitomo, acaba de entrar no mercado de algodão com o lançamento de uma marca própria de sementes, a Dagma Algodão. O produto fará parte de uma plataforma mais ampla da Dagma, que já conta com sementes de soja em seu portfólio. A meta é comercializar 7 mil sacas de sementes de algodão na safra 2024/25, com potencial para alcançar R$ 15 milhões em receita, segundo a empresa. Leia mais C.Vale passa a beneficiar sementes de soja em GoiásSemente no campo: como manter a qualidade no armazenamento Viumar Joenck, diretor de sementes da Agro Amazônia, diz que há uma variedade disponível comercialmente, e outras duas estarão em fase de desenvolvimento e testes ao longo desta safra. As três são geneticamente modificadas. Para 2025/26, a companhia espera ter três cultivares no mercado. Continuar lendo “Vamos colher os resultados dessas duas cultivares que estão sendo implantadas a campo para testes e, com base nos resultados, a gente avança para que se tornem produtos comerciais na próxima temporada”, afirma. Segundo Joenck, um dos diferenciais da semente é o alto nível de rendimento da fibra (proporção de pluma sem sementes extraída do algodão bruto). Esse indicador chega a 47,5% com a semente da Dagma, enquanto a média do mercado fica entre 38% e 42%, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), citados pela empresa. Na etapa de desenvolvimento para entrar no mercado, o produto da Dagma Algodão foi testado nas principais regiões de cotonicultura do país, em diferentes tipos de clima e solo. Mas a semente é recomendada para uso em regiões de temperatura estável e baixa umidade. Isso ajuda no desenvolvimento uniforme das plantas e minimiza o risco de doenças. Segundo a empresa, a tecnologia da semente contribui para a lavoura de algodão crescer de forma mais equilibrada e estruturada, além de oferecer um manejo de plantas daninhas e o controle de doenças e bactérias. “Em um ano como este, quando os rendimentos de quase todos os produtos baixaram por questões ambientais, de clima, a tecnologia da semente entrega um resultado financeiro ao cotonicultor muito importante”, diz o executivo. Contexto O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de algodão, atrás apenas da Índia e da China, e assumiu a liderança nas exportações globais ao superar os Estados Unidos. Cerca de 75% da produção nacional é destinada ao exterior. Com uma produção anual em torno de 3,6 milhões de toneladas de pluma, o Brasil é reconhecido pela qualidade de sua fibra. Segundo Joenck, a cadeia do algodão é atrativa do ponto de vista financeiro, o que motivou a Agro Amazônia a decidir apostar no segmento. “Em sua história, a empresa já trabalhou no algodão, participamos desse mercado [como distribuidores] entre idas e vindas. Fornecíamos semente de algodão, fertilizantes, agroquímicos, cedíamos nossas lojas para reuniões do setor”, lembra. Somando as áreas de sementes de algodão e soja, a Dagma já representa 42% do faturamento da Agro Amazônia, que foi de R$ 4,8 bilhões em 2023. O segmento de sementes de soja deve fechar 2024 com R$ 1,020 bilhão, estável em relação ao ano anterior. A Dagma é resultado de uma parceria firmada entre a Agro Amazônia e a argentina GDM, que atua no mercado de genética de sementes. Cada uma tem 50% na Dagma. Mais recente Próxima Em balanço anual, governo destaca abertura de 300 mercados para o agro