A companhia brasileira de bioinsumos Biotrop irá investir em uma segunda fábrica de produção de biofungicidas em Jagariúna (SP). A empresa já produz esse tipo de insumo em uma outra unidade que já tem no mesmo município, mas a nova planta operará com um método de produção diferente, que permitirá mais eficiência e rapidez na formulação dos produtos. Continuar lendo Para esse novo projeto, a empresa investirá R$ 50 milhões entre o fim de 2025 e o início de 2026. A expectativa é que as obras comecem no último trimestre do ano que vem. A nova fábrica no interior de São Paulo deve concentrar o maior aporte da Biotrop prevista para o ano, mas o investimento não é tão grande quanto os R$ 100 milhões que a empresa colocou em dois centros de multiplicação de microrganismos, um em Curitiba (PR) e outro em Jaguariúna em agosto deste ano. O presidente da Biotrop, Antonio Carlos Zem, disse que o plano para 2025 é “segurar investimentos”, enquanto projeta a manutenção do ritmo de crescimento no próximo ano. Líder de produção de bioinsumos no Brasil, a Biotrop espera fechar este ano com R$ 754 milhões em vendas brutas, um crescimento de 21% em comparação com o ano passado. Para 2025, o executivo estima que as vendas brutas crescerão 25%. O executivo disse que as operações das fábricas ajudarão a alcançar as projeções. Mais Sobre Café Cacau sobe quase 7% em NY e preço bate segundo recorde no ano Café e cacau voltam a subir em Nova York A estratégia será focar na ampliação de mercado nos Estados Unidos, onde a companhia quer atrair clientes e construir uma fábrica em 2026 para criar formulações voltadas às características da produção agrícola do país. Atualmente, a Biotrop possui um laboratório de pesquisa dentro da Universidade da Flórida. Os novos projetos da Biotrop refletem o potencial do mercado de biológicos no país. Apesar do segmento ter enfrentado margens apertadas no ciclo 2023/24, Zem estima que o faturamento do setor deve crescer 18% no Brasil. Ele pondera que a próxima temporada 2024/25 ainda será de “ajuste” para o mercado, com expectativa de melhoras nas margens e na adimplência. Zem lembra que o ano safra anterior (2023/24) foi de aperto para toda a cadeia. A própria Biotrop cobrou de 5% a 7% a menos pelas formulações do que o valor médio aplicado em 2023 — “uma erosão de preço”, segundo o presidente da companhia. Nos últimos meses, os produtores rurais conseguiram se capitalizar e pagar as contas em razão da alta do dólar. A expectativa é que isso permita aos agricultores voltarem a investir em produtos, como os bioinsumos. “Até agosto, ficamos com as vendas bastante represadas. Dali em diante, tivemos uma aceleração, inclusive neste mês [de dezembro], o que vai nos possibilitar inclusive faturar algumas compras feitas até o fechamento da semana para janeiro, dando uma margem de segurança no negócio”, diz o presidente. Para a indústria de bioinsumos, a capitalização do produtor, com possibilidade de investir, é a equação perfeita. “Temos grande vantagem de o Brasil ser a referência mundial em biológicos e de o insumo biológico não ser dolarizado, ficando alheio ao impacto da taxa cambial”, argumenta. A alta do dólar deve inclusive ajudar na competitividade do segmento. “Vai botar muita pressão na indústria [química] de fertilizantes e de defensivos.” Mais recente Próxima Custo dos fertilizantes ao produtor foi menor em novembro, diz Mosaic