As importações de soja da China alcançaram um recorde de 105 milhões de toneladas em 2024, segundo dados do governo local. Houve aumento de 6,5% em relação ao volume importado no ano anterior. Na avaliação de Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios, a China, principal importador de soja do mundo, aumentou as compras do produto desde novembro do ano passado, quando cresceu o sentimento de que o país travaria uma nova guerra comercial com os Estados Unidos. Mais Sobre Soja Conab mantém expectativa de safra de grãos em 322,3 milhões de toneladas Preço de terras agrícolas mais que dobra em cinco anos Continuar lendo “A China acelerou as aquisições de soja americana quando [Donald] Trump começou a despontar nas pesquisas para corrida presidencial nos EUA, em novembro. As compras se aqueceram principalmente entre os esmagadores privados chineses, que também aproveitaram o momento de margens positivas”, destaca o analista. Com mais de 105 milhões de toneladas, o volume de soja comprado pela China no ano passado superou o recorde anterior, de 2023, quando o gigante asiático importou 103 milhões de toneladas. “A China precisou acelerar os embarques de soja até novembro para não correr de sofrer com possíveis novas taxas dos EUA, já que o tempo de embarque nos navios pode levar até 60 dias, resultando em aumento das despesas alfandegárias”, pontua Delara. Importações para 2025 Para o sócio da Pine Agronegócios, a China deve seguir com apetite para bater novamente recorde nas importações de soja. Isso deve acontecer, segundo ele, mesmo com a posse de Donald Trump em 20 de janeiro. “Acredito que haverá adoção de taxas entre os dois países, mas não como aconteceu em 2018. A China hoje conta com mais ferramentas de barganha, e talvez tarifas entre 5% a 10% sejam plausíveis para o primeiro semestre”. Por fim, o analista lembra que o Brasil tem grandes chances de seguir como principal fornecedor de soja para o país asiático, diante do potencial da safra brasileira. “Existe o potencial para a China bater mais uma vez um recorde nas importações, mas vai depender do comportamento de preços no Brasil. Eles já compraram muita soja brasileira, e estão abastecidos até maio. Talvez, quando a colheita chegar a 40% e quando o prêmio nos portos cair, será o momento deles comprar a nossa soja, caso a colheita atinja o potencial de 170 milhões de toneladas”, finaliza. Mais recente Próxima Chitãozinho inicia cultivo de soja na fazenda Galopeira, em Goiás