O tratamento de sementes de soja com defensivos agrícolas cresceu 18% na safra 2023/24, movimentando R$ 3,6 bilhões na temporada, segundo o levantamento FarmTrak Soja, da Kynetec Brasil, antecipado à reportagem. Nas duas temporadas anteriores (2021/22 e 2022/23), o valor gasto com o insumo foi de R$ 3,07 bilhões. O estudo concluído nos últimos dias mostrou que em 99% da área de soja no país, equivalente a 44 milhões de hectares, foram adotadas sementes ‘protegidas' no ciclo 2023/24. Mais Sobre Defensivos agrícolas Bancada ruralista teme veto integral à lei de bioinsumos ADM espera aumentar vendas de fertilizantes e expande negócios para biológicos Continuar lendo No campo, o tratamento feito pelo produtor da oleaginosa concentrou-se mais no pacote de inseticidas, fungicidas e nematicidas, como uma medida preventiva para evitar ataques iniciais de pragas e doenças, explicou, em nota, Lucas Lima Alves, especialista em pesquisas da Kynetec. A pesquisa também identificou que o tratamento industrial de sementes cresceu na mesma base comparativa. Esse negócio compreende a entrega de sementes melhoradas prontas para a semeadura, produzidas pela indústria, sementeiro ou distribuidor. “Houve avanço expressivo no processo de tratamento ‘industrial’, que atingiu a metade dos cultivos em 2023/24”, avaliou Alves. De toda área de soja, 51% foi plantada com sementes tratadas industrialmente no período versus 47% do ciclo 2022/23. O clima adverso foi um dos fatores que mais pesaram para esse comportamento do produtor que deve prevalecer para a próxima safra e não só na soja, como indicam consultores de mercado que até alertam para uma limitação na disponibilidade de sementes tratadas mais resilientes a estresses térmicos e hídricos. Para efeito de comparação, o estudo apontou que na safra 2014/15 somente 31% das sementes chegavam às propriedades com o tratamento industrial realizado. Dez anos depois, o cenário se inverteu. “O modelo industrial assegura precisão nas doses de produtos, praticidade no manuseio e auxilia na janela de plantio”, ele exemplifica. Ainda de acordo com o levantamento, as categorias de agroquímicos mais utilizadas no tratamento de sementes industrial da soja são as de inseticidas e fungicidas, hoje presentes em 50% das áreas cultivadas. O FarmTrak Soja divulgado nesta quinta-feira (15/8) constatou que o Estado do Paraná foi o que mais adotou o tratamento industrial na atual safra de soja, que está sendo comercializada, correspondendo 85% das áreas de cultivo do território. O menor índice foi registrado na Bahia, com 11% das lavouras. “Diferenças regionais decorrem do perfil fundiário. Na Bahia, em Mato Grosso e outros Estados do cerrado predominam propriedades maiores, onde em geral há equipamentos para tratar sementes com qualidade industrial. No Sul e no Sudeste, observamos que o serviço depende mais de revendas, cooperativas, sementeiros e outros fornecedores”, detalhou Alves. Os resultados foram coletados através de 3,7 mil entrevistas com produtores em toda a fronteira agrícola da oleaginosa, destacou a Kynetec. Mais recente Próxima Lucro líquido da SLC Agrícola recuou 7,8% no 2º trimestre