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Por — São Paulo

As unidades da região Centro-Sul processaram 20,35 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na segunda quinzena de novembro, uma retração de 15,2% na comparação com o mesmo período de 2023/24. No acumulado desde o início da safra destsa temporada até 1° de dezembro, a moagem atingiu 602,94 milhões de toneladas frente as 619,97 milhões de toneladas um ano antes – queda de 2,75%. Os dados são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Para o diretor de Inteligência Setorial da entidade, Luciano Rodrigues, “as chuvas impactaram muito o ritmo de colheita no início de novembro e várias unidades produtoras postergaram o término das operações para o final do mês. Como resultado, a moagem nos últimos quinze dias novembro avançou cerca de 45% em São Paulo e 3% nos demais estados do Centro-Sul na comparação com a quantidade de cana moída na primeira quinzena do mês”.

Apesar da condição, o ritmo de colheita em 2024/25 continua aquém daquele observado na safra passada, pois o número de empresas em operação neste ano é inferior àquele registrado no ciclo 2023/24. “Até o início de dezembro, 135 unidades produtoras haviam encerrado a moagem, ante apenas 82 empresas na safra anterior”, explicou Rodrigues.

Nesse cenário, 196 unidades produtoras estavam em operação na segunda quinzena de novembro deste ano, sendo 177 empresas dedicadas ao processamento de cana-de-açúcar, dez à produção de etanol a partir do milho e nove unidades flex (empresas que produzem etanol a partir do milho e da cana-de-açúcar).

Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de novembro atingiu 124,59 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, em relação a 132,44 kg por tonelada em 2023/24 – variação negativa de 5,93%. No acumulado da safra, o indicador marca 141,72 kg de ATR por tonelada, 1,03%% mais que no último ciclo na mesma posição.

Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar na segunda quinzena de novembro totalizou 1,08 milhão de toneladas, com queda de 23,06% na comparação anual. No acumulado desde o início da safra até 1° de dezembro, a retração é de 3,72%, com 39,36 milhões de toneladas produzidas.

“A produção quinzenal de açúcar continua prejudicada pela pior qualidade da matéria-prima, com isso apenas 44,89% da cana-de-açúcar foi direcionada à fabricação do açúcar nessa quinzena, frente aos 46,54% registrados no mesmo período do ano passado”, acrescentou o executivo da Unica.

Na segunda metade de novembro, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 1,19 bilhão de litros, sendo 774,50 milhões de litros de etanol hidratado (-1,31%) e 414,8 milhões de litros de etanol anidro (-11,64%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação do biocombustível totalizou 31,17 bilhões de litros (+4,31%), sendo 19,84 bilhões de etanol hidratado (+11,80%) e 11,33 bilhões de anidro (-6,63%).

Do total de etanol obtido na segunda quinzena de novembro, 31,02% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 368,86 milhões de litros neste ano, aumento de 43,05%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 5,25 bilhões de litros – avanço de 29,67% na comparação com igual período do ano passado.

Vendas de etanol

As vendas de etanol totalizaram 2,93 bilhões de litros na segunda quinzena de novembro, segundo a Unica. Isso representa um aumento de 3,24% em relação ao mesmo período da safra 2023/24.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado vendido pelas unidades do Centro-Sul totalizou 1,78 bilhão de litros, aumento de 10,54% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda de etanol anidro, por sua vez, atingiu a marca de 978,86 milhões de litros, alta de 4,24%.

No acumulado desde o início da safra até 1° de dezembro, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 23,84 bilhões de litros, registrando crescimento de 13,13%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 15,42 bilhões de litros (+24,01%), enquanto o de anidro alcançou 8,42 bilhões de litros (-2,54%).

“A despeito da redução na moagem, a oferta de etanol ao mercado interno apresenta crescimento significativo, oferecendo opção competitiva para o consumidor economizar e descarbonizar a partir da escolha do biocombustível no momento do abastecimento”, afirmou Luciano Rodrigues.

Mercado de CBios

Dados da B3 até o dia 09 de dezembro registraram a emissão de 39,78 milhões de Créditos de Descarbonização (CBios) em 2024. A quantidade de títulos disponível para negociação em posse da parte obrigada, não obrigada e dos emissores totaliza 21,38 milhões de créditos de descarbonização.

“Somando a quantidade de CBios disponíveis para comercialização e os créditos já aposentados, superamos o número de títulos necessários para o atendimento integral da meta exigida pelo Programa. Até o momento, já foram aposentados 28,28 milhões de CBios para o cumprimento das exigências previstas até 31 de dezembro deste ano”, destacou o diretor da Unica.

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