A canelite está entre as três lesões mais frequentes em corredores. Ela gera uma dor na parte interna da tíbia (osso da canela), que começa suave. Mas se não tratada precocemente aumenta muito de intensidade, atrapalhando até mesmo a caminhada. Essa patologia ainda está envolta de muitas dúvidas. Antes se pensava que a dor vinha de uma inflamação do periósteo, espécie de membrana que envolve os ossos. Hoje a teoria mais aceita é de que há um processo de degeneração óssea.
Em relação ao tratamento, também existem dúvidas. E para aumentar a confusão no cuidado ao corredor, algumas medidas são prescritas como benéficas, quando na verdade não passam de mitos. Confira alguns mitos sobre canelite:
Mito: fortalecimento e alongamento do músculo tibial anterior
O tibial anterior é o músculo que fica na porção anterior e lateral da canela. Eu já conheci muitos corredores com canelite que foram orientados a trabalhar esse músculo usando elásticos ou caneleiras para “puxar” o pé para cima. Mas o tibial anterior não tem nada a ver com a canelite. É uma questão de anatomia e até o nome técnico da patologia já dá uma dica: síndrome do estresse tibial medial. A palavra medial quer dizer “interno”, e o músculo lateral da canela não participa dessa história. Na verdade, a canelite tem relação com os músculos da panturrilha, principalmente o sóleo. Se você colocar a mão na parte interna da canela vai sentir que sua panturrilha se insere ali.
Verdade: fortalecimento e alongamento da panturrilha
Já que a canelite tem relação com uma contração inadequada dos músculos da panturrilha, o seu alongamento e fortalecimento são benéficos. Além disso, a panturrilha é o principal amortecedor do corpo e o tratamento da canelite envolve mantê-la forte e trabalhando na corrida para amenizar o impacto sobre a tíbia.
Mito: trocar de tênis
Muito dificilmente é o tênis que está causando a sua canelite. Aliás, isso vale para a maioria das lesões na corrida. Em vez de começar a usar um tênis com mais amortecimento, procure melhorar a sua forma de correr para que o seu próprio corpo amenize o impacto. Para fazer isso, “cresça” o corpo para cima e procure fazer o mínimo de barulho possível na aterrissagem. Trabalhe a musculatura do seu pé com exercícios de equilíbrio e que envolvam os movimentos dos dedos.
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