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Dietas radicais reduzem desempenho físico e afetam a saúde de corredoras
Modelo de beleza baseado em corpos muito magros faz com que mulheres se submetam a uma alimentação hipocalória e prejudicial ao seus organismos
As corridas de rua vêm crescendo e atraindo adeptos no mundo inteiro. Com os objetivos de manter um baixo percentual de gordura corporal e de melhorar o desempenho no esporte ao bater recordes, a participação feminina nesta modalidade esportiva também está aumentando. No entanto, a recomendação nutricional, as técnicas de treinamento e as avaliações clínicas para mulheres devem ser diferenciadas daquelas indicadas para os homens.
O modelo de beleza imposto pela sociedade consiste em corpos magros, bem definidos e com pouca gordura. Para alcançá-lo, as mulheres se submetem a dietas, excesso de exercícios físicos e uso indiscriminado de laxantes, diuréticos e até mesmo drogas anorexígenas.
A complicação mais comum relatada por elas é a “tríade da mulher atleta”, na qual observam-se pessoas com distúrbios alimentares como anorexia e bulimia, amenorreia – ausência da menstruação em mulheres acima de 16 anos - e osteoporose - diminuição da quantidade de massa óssea e mudança estrutura óssea.
O comportamento alimentar das corredoras vem sendo estudado. Algumas atletas utilizam o baixo peso corporal, obtido através de práticas alimentares e medicamentosas inadequadas, como critério para conquistar bons resultados em competições. Além de prejudicar o desempenho físico, a dieta hipocalórica em corredoras está associada à redução da freqüência cardíaca e do hormônio luteinizante, essencial para regular a função dos ovários.
O tratamento desta tríade deve ser multidisciplinar, envolvendo psicólogos, médicos e nutricionistas, com o objetivo de resgatar a saúde e o desempenho da atleta em questão.
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