Os carboidratos são considerados as principais fontes alimentares
responsáveis pela produção de energia. Entretanto, o estímulo a mais que
o organismo precisa para se manter em atividade não depende apenas da
quantidade que é ingerida. Também é importante descobrir a maneira como o
corpo absorve essa substância. Para isso, é fundamental que o atleta
amador conheça mais sobre o índice glicêmico (potencial
que cada alimento contendo carboidratos tem em elevar a glicemia ou
açúcar no sangue). Tudo para garantir uma dieta saudável e se sair ainda melhor nos treinamentos.
Alimentos que digerem rápido, como os sem
fibras, viram rapidamente açúcar. Eles aumentam a insulina (hormônio que
faz o transporte da glicose sanguínea para dentro da célula) no corpo e
isso faz com que se depositem na forma de gordura. Quanto mais rápida
for a conversão do carboidrato em glicose, maior será o seu índice
glicêmico. Isso gera um estímulo para o cérebro, que responde com a fome. O resultado é que você come mais.
Funções importantes
O índice glicêmico varia de acordo com a forma de preparo e a
combinação dos alimentos que são consumidos. Se a refeição possuir mais
fibras, por exemplo, acarretará na diminuição deste índice.
Composição dos alimentos: o que são Carboidratos, Lipídeos e Proteínas
Um
dieta de baixo índice glicêmico inclui alimentos como farinha de trigo
integral, aveia, frutas, legumes, sojas e vegetais no lugar de açúcar
refinado, arroz e farinhas brancas, refrigerantes, e batata. Isso
leva a uma melhora nos níveis de colesterol e triglicerídios, diminuindo também a sensação
de fome.
Segundo a nutricionista Cristiane Perroni, especialista do EU ATLETA, o segredo para manter as energias em dia está no equilíbrio entre os índices durante as
refeições. Os alimentos ricos em gorduras boas (como azeite, castanha do
Pará, nozes) fibras e proteínas interferem no índice glicemico final
dos alimentos. Daí a importantância da combinação dos grupos alimentares,
tornando mais lenta a digestão e também a absorção.
dicas da especialista
O corredor deve manter uma ingestão de carboidratos distribuída
de acordo com a sua atividade física. Antes de treinar por até uma hora, por exemplo, o indicado é o consumo de alimentos de alto a moderado índice glicêmico. Comer uma banana é opção mais correta.
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Se for para um treinamento mais longo ou passar
mais tempo se exercitando na academia após uma corrida na esteira, procure consumir antes destas atividades os alimentos de moderado a baixo índice glicêmico. Também é importante combinar certos alimentos para serem absorvidos de forma mais lenta pelo corpo. Dessa forma, o corredor pode assegurar energia durante
prolongado período de tempo.
-
Neste caso, é indicado comer um pão integral com queijo magro e uma
fruta ou iogurte com cereal e uma fruta. Vale ressaltar que a pessoa
que vai praticar uma atividade física não deve fazê-la em jejum. Se a pessoa não se alimentar, o corpo utilizará as reservas de energia nos
músculos. Com isso, a fadiga aparecerá rapidamente - explicou a
especialista.
Durante a atividade mais longa, a nutricionista explica que o indicado é o consumir os alimentos de moderado a alto índice glicêmico. Isso porque no momento
do exercício os hormônios presentes na nossa corrente sanguínea
inibem a ação da insulina, fazendo com que consigamos absorver a glicose
dentro das células, estimulada pela atividade física, e que independe da ação
da insulina.
Proteínas: equilibre o cardápio e se recupere melhor após os exercícios
Após o treinamento, porém, a especialista recomenda a ingestão de gel de
carboidratos ou bebidas isotônicas (essa específica para atividades
acima de uma hora ou 10km). O objetivo de buscar alimentos com alto índice glicêmico é estimular a produção de insulina a
repor os estoques de carboidratos no fígado e nos músculos (o
glicogênio muscular e hepático). Isso vai propiciar a recuperação
muscular para as próximas atividades.
Recomendações
Sobre
a alimentação diária, a nutricionista explica que cada pessoa deve
fazer uma refeição a cada três ou quatro horas, evitando assim longos jejuns. Mas, não faça escolhas alimentares baseadas somente
pelo índice glicêmico. Outros fatores devem ser considerados para garantir uma dieta balanceada e saudável. Confira:
- A pessoa pode até usar o conceito do índice
glicêmico para perder peso, mas não é uma dieta
específica para isso. Dará condições de manter a saciedade
e compor a refeição de uma forma mais equilibrada. A combinação dos
alimentos faz com que a pessoa fique mais educada na dieta e
evita que sinta mais fome nas horas erradas - encerrou
Cristiane.
*Antes de qualquer mudança na sua alimentação, consulte um nutricionista.
Os alimentos estão divididos em três categorias de índice glicêmico:
baixo (IG menor ou igual a 55); médio (IG de 56 a 69) e alto (IG maior ou
igual a 70). Confira na tabela:
BAIXO ÍNDICE (ATÉ 55) | ÍNDICE MODERADO (56 A 69) | ALTO ÍNDICE (70 OU MAIS) |
---|---|---|
Maçã (52) | Pêssego fresco (60) | Bebidas isotônicas (78) |
Pêra (54) | Suco de abacaxi (66) | Gel de carboidratos (100) |
Damasco seco (44) | Passas (64) | Batata frita (107) |
Cenoura crua (16) | Arroz parboilizado (68) | Mel (104) |
Nozes (47) | Pão de centeio light (68) | Melancia (72) |
Soja (18) | Lactose (66) | Pão branco 1 fatia (73) |
Ameixa (55) | Biscoito de água (69) | Mingau de aveia (87) |
Cereja (32) | Ervilhas verdes (68) | Suco de laranja (74) |
Abobrinha (20) | Feijões cozidos (69) | Banana (83) |
Couve-flor (20) | Pêssego enlatado (67) | Kiwi (75) |
Tomate (20) | Abacaxi (66) | Beterraba (88) |
Leite integral (39) | Suco de laranja (54) | Manga (80) |
Grão de cevada (36) | Uvas (66) | Waffles (76) |
Espinafre (20) | Suco de maçã (58) | Batata cozida
(121) |
Iogurte light (20) | Laranja (63) | Barra de cereais (94) |
Alface (20) | Bolo de banana (67) | Abóbora (75) |
Repolho (20) | Macarrão (64) | Corn flakes (83) |
Brócolis (20) | All Bran (60) | Milho (98) |
Arroz integral (50) | Ravioli de carne (56) | Farinha de trigo (99) |
Referência: índice glicêmico em relação à glicose = 100.