Livre, madura e despreocupada. Aos 26 anos, Luísa Sonza parece ter encontrado o equilíbrio entre a calmaria e o caos. Depois de atingir mais de meio bilhão de streams com o álbum Escândalo Íntimo e alcançar o topo das paradas em Portugal com a música "Sagrado Profano", a cantora vê sua carreira ganhar o merecido protagonismo.
O cenário atual contrasta com um período anterior de superexposição, quando seus relacionamentos amorosos eram o foco principal, especialmente na internet. Luísa foi alvo de polêmicas nas redes sociais e enfrentou uma onda de ataques de ódio. "Eu sou verdadeira demais. Demorei a entender que, quando a gente está diante de uma câmera, falamos com milhões de pessoas", reflete. Em certa etapa, chegou a pausar shows e se afastar das plataformas digitais para tratar a depressão. "Tinha que fazer o esforço de levantar da cama, escovar os dentes, comer... Eu chorava de dificuldade para realizar as necessidades básicas", lembra.
Felizmente, os capítulos sombrios ficaram para trás e a artista garante viver a fase mais bonita de sua vida. "Tenho certeza de quem eu sou e do que as pessoas pintam ou não de mim", diz. A nova Luísa está mais serena, mas não menos apaixonada. "Sempre vou ser a última romântica e acho que isso é uma das minhas grandes qualidades. É o máximo viver intensamente", dispara a autêntica canceriana, que vive um relacionamento com o médico português Luis Ribeirinho.
Sonhos a realizar? Muitos, mas um em especial ela conquista em breve: cantar no palco principal do Rock in Rio — isso depois de ter arrastado multidões na edição do festival em Portugal. "Não preciso da polêmica. Não restam dúvidas de que eu sou boa." Sentiu o peso daí? É a potência de Luísa chegando nas próximas páginas.
Escândalo Íntimo, lançado em agosto de 2023, já atingiu mais de meio bilhão de streams combinados. Após um ano, o trabalho voltou ao topo das paradas. O álbum marca uma virada na sua carreira?
Com certeza! É um álbum mais maduro e seguro de quem eu sou e para onde eu quero ir. Nele, coloquei mais minhas referências, até mesmo falando do interior, desse lugar distante do pop. Por ter vindo de banda de casamento, acabo tendo uma formação musical variada. Não vim daquela coisa do forró, funk, sertanejo... Eu tinha que fazer tudo isso para trabalhar. Foram dez anos, dos 7 aos 17! Só depois comecei minha carreira. Escândalo Íntimo me trouxe a certeza de que eu consigo também ser pop com estilos musicais diferentes e estéticas um pouco mais próximas à minha realidade.
Com a música "Sagrado Profano", além do Brasil, você alcançou o primeiro lugar no Spotify Portugal. Qual é o sentimento quando você faz uma retrospectiva da sua carreira?
Vejo o fruto do trabalho de muito tempo. E quando as pessoas falam: "você tem sete anos de carreira desde a primeira música lançada", para mim, tenho carreira desde que comecei a cantar profissionalmente. Antes, não era reconhecida, mas estava fazendo o meu trabalho desde os 7 anos. Ainda fico chocada: "Como é que saí de Tuparendi e estou agora onde eu estou?". Nunca vai cair a ficha. Sempre serei a cantora do Sol Maior, da banda lá de Tuparendi.
Recentemente, você também lançou Escândalo Íntimo - O Filme. O projeto te fez cogitar uma possível carreira de atriz?
Está bem longe de eu pensar em alguma coisa de atriz. Eu gosto de música mesmo e de interpretar essa quase caricatura minha. Gosto de transformar meus sentimentos em imagem e música.
Ao longo dos anos, você se envolveu em polêmicas e outras situações que geraram ataques virtuais. Acredita que esteja "descancelada"?
Eu serei sempre um ser humano. Estou zero cancelada, eu passo superpano para mim. Acho que eu sou o máximo e sei que tento sempre melhorar nos meus erros. Se errei aqui, vou lá e faço meu melhor. Resolvo as coisas que posso, reconheço e, quando não reconheço, tenho pessoas ao meu lado que me deixam ciente. Quase sempre estou certa, mas a galera insiste em me colocar como vilã. Mas está tudo bem também porque vilã tem seu brilho [risos].
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