Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por diversas transformações físicas e hormonais, e é comum que algumas dúvidas e inseguranças em relação à vida sexual do casal possam existir. Afinal, o sexo realmente é seguro? Quais adaptações são necessárias e como o desejo sexual pode ser afetado? Perguntas como essas rondam a mente de inúmeras pessoas. Por isso, entender as particularidades dessa fase é importante para manter a intimidade e o bem-estar do relacionamento a dois, além de garantir uma gestação saudável. Glamour conversou com a ginecologista Fernanda Nassar a fim de responder as principais questões. Confira!
1 - O desejo sexual pode variar
Alterações hormonais, fadiga e desconfortos físicos podem afetar o desejo sexual. Algumas gestantes observam uma queda na libido. "É comum que o desejo sexual flutue ao longo da gravidez, devido às mudanças hormonais e físicas. No entanto, muitas mulheres relatam um aumento no desejo sexual durante o segundo trimestre, quando os desconfortos do início diminuem", diz.
2 - Não há perigo para o bebê
Nada de preocupação! O sexo não vai incomodar o neném. Ele está seguro pela musculatura do órgão, por membranas e pela bolsa que contém o líquido amniótico. "Durante a relação sexual, o bebê está protegido dentro do útero e não sente ou percebe a atividade", garante.
3 - As posições podem ter que ser adaptadas
Conforme a barriga cresce, é possível que algumas gestantes não se sintam confortáveis em determinadas posições sexuais e tenham que fazer adaptações. "Posições como a de lado ou a mulher por cima podem ser mais confortáveis", aconselha.
4 - É possível que sangramentos leves aconteçam
A ginecologista alerta que sangramentos leves podem acontecer após o sexo. "Isso ocorre devido à sensibilidade do colo do útero, mas qualquer sangramento deve ser comunicado ao médico", afirma.
5 - Orgasmos podem causar contrações leves
Existe a possibilidade de o orgasmo gerar as chamadas contrações de Braxton Hicks, mas estas, na maioria dos casos, são inofensivas. "Em algumas situações, o orgasmo ou o sêmen, que contém prostaglandinas, pode estimular contrações uterinas", fala.
6 - Lubrificação extra pode ser necessária
Algumas mulheres sofrem ressecamento vaginal devido às mudanças hormonais, e o uso de lubrificante pode tornar o sexo mais confortável. "É seguro, mas prefira lubrificantes à base de água", aconselha a ginecologista.
7 - A relação sexual até o nono mês é liberada
Se a gestante não tiver problemas de saúde, é possível ter relações durante toda a gravidez. "O sexo geralmente é seguro até o final do período, a menos que haja contraindicações médicas", diz. Entre os exemplos, estão: ameaça de aborto espontâneo, placenta prévia (quando a placenta não se forma no local correto e fica na parte de baixo do útero,), infecções graves, rompimento do saco gestacional, hipertensão e parto prematuro.
8 - É normal sentir dor durante o sexo
O aumento do fluxo sanguíneo na região da pelve deixa a área genital mais sensível. Algumas mulheres podem sentir dores. "Leves desconfortos costumam ocorrer, especialmente com o avanço da gravidez. Se a dor for intensa ou persistente, é importante consultar um médico", ressalta.
9 - A prática sexual no período de gestação é benéfica
Segundo a ginecologista, o sexo aumenta o bem-estar emocional e físico da mãe. "Libera endorfinas e fortalece o vínculo com o parceiro, mas não há benefícios diretos comprovados para o bebê", fala.
10 - É permitido fazer sexo anal
Em geral, a gestante deve ter os mesmos cuidados com o sexo anal que os prescritos para qualquer mulher. Ou seja, não se deve praticar penetração vaginal depois da anal. É recomendado o uso de preservativo (que deverá ser descartado antes da penetração vaginal) e a limpeza do pênis com água e sabonete. "Ele deve ser evitado se houver hemorroidas ou outras complicações, como risco de infecção. Sempre consulte seu médico para garantir a segurança", diz.