Amor & Sexo
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Ela está dentro de mim e sussurra no meu ouvido "eu te amo, princesa". Minha boceta contrai, ela percebe e se enfia mais fundo, da minha boca sai um murmúrio que diz "eu te amo também", mas as palavras saem fracas, um sopro de ar, o corpo está ocupado em não morrer.

A minha vida toda eu quis ser princesa, porque não havia nascido uma, então era preciso ser descoberta, era preciso ir num baile, conhecer um príncipe, perder um sapato, ver beleza numa fera. Era preciso sofrer muito, e tudo isso fiz com maestria. Fui nos bailes, perdi tanta coisa, vi beleza até onde não tinha. Tudo para ser escolhida, tudo para concretizar o conto de fadas.

Mas o amor que eu procurava num príncipe não veio do pai. Depois, veio torto. Amei sapos que não sabiam amar, que mal salvavam a si mesmos, como poderiam salvar a mim? Mais tarde entendi que essa não era a pergunta que realmente importava, e sim: por que eu queria tanto ser salva?

Cresci ouvindo, na missa e na rua, que o inferno é destino certo, que qualquer deslize é caminho meio andado, que todo prazer é pedaço de tentação, que a pureza é imaculada e o sexo é aquilo que macula tudo para sempre. Mas também cresci suspeitando, de dentro e com força, que o paraíso é aqui na terra, que qualquer deleite é benção, que todo gozo é digno, que a impureza é o estado natural de todas as coisas - tudo está misturado com tudo.

Um dia encontrei o príncipe que era quase tudo que me disseram que deveria ser. No seu reino governei por um tempo, absoluta e soberana, mas depois as coisas foram mudando, e de princesa me vi prisioneira. Isolada no alto da torre, constrita entre as paredes de um castelo, só me restou uma coisa a fazer: me libertar.

Quando a torre ruiu e tudo se esfarelou ao meu redor, me vi de pé, mais inteira do que nunca. Quando não quis mais o conto de fadas, a realidade me espantou. Nessa realidade de carne e osso e falta de dinheiro e contas a se pagar e tudo que é mundano e feio, havia também tanta beleza. Havia a poesia e havia ela, machucada de outros amores, mas sem perder a capacidade de amar.

E nosso amor foi se fazendo com poemas e orgasmos. Quando ela me chamou de princesa a primeira vez, o quarto era um festejo de luzes coloridas e neon, rosa e vermelho no rosto dela, rosa e vermelho nas minhas curvas. Parecia cena de filme, parecia cena de sonho.

Gozo quando ela me chama de princesa. Já não preciso ser uma, posso ser mulher, posso ser bicho, me abro como quem não tem pudor e me dou como quem se pertence. Ela me come de quatro, segurando meu quadril, o seu corpo investindo contra o meu, o strap-on entrando e saindo e ela repetindo "eu te amo, princesa; eu te amo, princesa; eu te amo, princesa", e suas palavras são como um encanto, o feitiço é forte.

Com uma mão, seguro o vibrador, com a outra, me apoio para não cair nessa vertigem de prazer. Ela goza me comendo e acho bonito esse super poder de gozar sem se tocar; gozo em seguida, gritando e tremendo e, finalmente, agradecendo pela realidade que é melhor que o conto de fadas.

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