#MulherBacanaLê: 4 livros escritos por mulheres para a mesa de cabeceira

A vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2022 retorna à autossociobiografia, gênero que inaugurou e que a consagrou, para dividir as memórias que escreveu sobre sua mãe nos meses seguintes à sua morte depois da luta contra o Alzheimer. No novo livro, a escritora francesa lida com o sentimento da perda e descreve suas lembranças de maneira sutil e visceral ao mesmo tempo, abordando temas como amor, ódio, culpa e, acima de tudo, um vínculo inabalável.

Com Uma Mulher, Ernaux mergulha na escrita sobre a vida, tema que provou ser sua especialidade, vide seus outros títulos.

Em sua estreia na ficção, Jeovanna Vieira apresenta o retrato de um relacionamento marcado pela violência psicológica. No romance, a protagonista é Virgínia, uma carioca radicada em São Paulo que trabalha como advogada e adora se jogar na noite paulistana.

Em uma delas, conhece Henrí, um ator argentino com quem tem uma conexão imediata. Tudo parece bem, mas não demora para o relacionamento ganhar contornos nocivos acentuados por diferenças culturais, de gênero e de raça. Assim, em capítulos curtos e com flashbacks, a autora revisita a história do casal e propõe uma reflexão sobre aguentar a dor em nome dos sentimentos e o poder de recomeçar.

No novo romance de Marcela Dantés, a história se passa na desolada Quina da Capivara, lugar em que ninguém está imune ao falado Vento Vazio, que dá nome ao livro. É lá que Miguel Sem--Fim, por intermédio de Teodora, encontra seu lugar e consegue um trabalho de vigia na usina eolioelétrica.

Tudo vai bem, até que o fechamento do local sem explicação faz com que ele reviva lembranças terríveis que o levam ao limite da sanidade. Apresentando outros personagens, como Alma, Cícera e a órfã Maura, e narrado a quatro vozes, Vento Vaziodesdobra a vida desses moradores, ligados pelo espaço que partilham, os fantasmas que os acompanham em um cenário onde sentimentos guardados são um convite para a perda da sanidade.

O livro acompanha a história de Mika, uma mulher de 35 anos que não poderia estar com a vida mais caótica. Na trama, 16 anos após entregar Penny, sua filha, para adoção, ela recebe uma ligação inesperada da própria, que está determinada a construir uma relação com a mãe biológica. A partir daí, insatisfeita com o cenário de sua vida, ela não vê outra saída que não seja forçar uma existência diferente da verdadeira para impressionar a filha, de quem também deseja se aproximar.

A "nova Mika", então, passa a ser uma mulher madura e bem-sucedida. Mas, ainda que esses detalhes estejam longe da verdade, os sentimentos que compartilha com a jovem são verdadeiros: os sonhos, os medos, os desejos e a relação com a cultura japonesa.

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