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Por Danilo Sardinha — Bragança Paulista, SP


O diretor administrativo do Red Bull Bragantino, André Rocha, afirmou nesta sexta-feira, 20, que o clube prevê para fevereiro de 2025 a mudança dos jogos da equipe para o estádio municipal Cícero de Souza Marques, em Bragança Paulista. O estádio Nabi Abi Chedid, que irá passar por reformas para virar uma arena, deve começar a ser demolido assim que a mudança ocorrer.

Bragantino divulga fotos das obras do estádio 'provisório' que o clube vai usar a partir de 2025 — Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Em coletiva de imprensa, André Rocha explicou que o término das obras de adaptação do estádio Cícero de Souza Marques atrasaram por causa de algumas mudanças necessárias no projeto, como a decisão de ampliar o espaço de camarotes e fazer ajustes solicitados por órgãos que realizam vistorias.

– Gostaríamos de começar o Paulista lá, ter ciclos. Mas não seria possível. Hoje, temos duas alternativas, alinhadas com o Diego Cerri (diretor esportivo). Uma seria terminar o Paulista aqui (no Nabi Abi Chedid) e começar o Brasileiro lá. Outra, mudar assim que tiver condições. A ideia é mudar assim que tiver condições. O campo lá tem orientações diferentes da maioria dos estádios. Ele não é leste/oeste, é norte/sul. Para um atleta, tem todo esse aspecto espacial que é importante. Queremos, assim que possível, ir para lá para não causar um prejuízo esportivo. Queremos fazer alguns treinos lá já assim que der. Tenho uma previsão de entrega no dia 17 de janeiro. Pode variar um pouco, a construtora disse que não vai atrasar. O que quero é contar com planejamento de mudar no começo de fevereiro para lá – disse André Rocha.

André Rocha, diretor administrativo do Bragantino — Foto: Danilo Sardinha/ge

Durante a coletiva, André Rocha também comentou o acerto com a Puma para ser a nova fornecedora de material esportivo do clube. O vínculo foi divulgado nesta sexta-feira e tem validade entre 2025 e 2023.

Rocha comemorou o acerto com a marca e destacou o tamanho mundial da fornecedora de material esportivo. Segundo o dirigente, a equipe deve começar a utilizar os novos uniformes em fevereiro. Portanto, na Copa São Paulo de Futebol Júnior e início do Paulistão, o Bragantino ainda usará os uniformes de 2024, produzidos pelo próprio clube.

– O processo de mudança de equipamento, principalmente porque terão a marca em todos os equipamentos, demanda um planejamento de produção e distribuição enorme. Queremos lançar isso juntamente com a parte comercial. Até daria para começar o Paulista. Mas daí não teria todo portfólio disponível, todas as categorias cobertas. A ideia é que comece em algum momento em fevereiro – afirmou.

Investimento da marca

Com os investimentos da marca para transformar o Nabi Abi Chedid em arena, para adequar o estádio Cícero de Souza Marques, o diretor André Rocha foi questionado se isso representaria menor investimento da empresa no departamento de futebol. O dirigente afirmou que não haverá diminuição no orçamento.

– A Red Bull não fala de números. Mas não tem como reduzir se é o ano que começa a construção de uma arena. A estratégia esportiva e administrativa não sofre redução. Pelo contrario. Deve ter aporte maior. Gerar outras fontes de receita no local – assegurou.

Bragantino x Criciúma — Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

– A Red Bull entende que projetos corporativos, como Fórmula 1, atletas, futebol, são ferramentas de marketing. A empresa planeja para que esse custo venha como um incentivo de marketing. O estádio também faz parte do conceito de marketing. Não faria sentido tirar a competitividade em função do estádio. O impacto de marketing seria menor se não tem a competitividade do time. Esse equilibro tem que ser feito. Um não afeta o outro, são bolsos diferentes. Temos que equilibrar – acrescentou André Rocha.

Demolição do Nabi Abi Chedid

Assim que os jogos do Bragantino passarem para o estádio Cícero de Souza Marques, o estádio Nabi Abi Chedid começará a ser demolido para virar uma arena.

– A partir do momento que conseguir mandar o primeiro jogo lá, começo a reforma aqui. Primeiro com o processo de demolição. Já demos entrada no alvará de demolição. Vai ser uma demolição demorada, de dentro da para fora. Estamos em uma área residencial, queremos tentar causar o menos transtorno possível para a população. Queremos reciclar praticamente tudo que pudermos reciclar – disse André Rocha.

Estádio Nabi Abi Chedid — Foto: Agif

Porém, antes da demolição, é possível que seja realizado um evento de despedida.

– Penso em fazer coisas aqui de despedida. Algo aqui para o torcedor, para a sociedade, arrecadar alimentos. Tem que ser de dia, porque vou levar parte da iluminação daqui para o Cícero. A única premissa é que não vai ser de noite. Estamos planenjado fazer alguma coisa, com atletas ou ex-atletas. Fazer para sócio-torcedor, para a comunidade, para bastante gente se despedir do Nabi – afirmou.

Público nos jogos

Pelo segundo ano consecutivo, o Bragantino teve a segunda menor média de público do Brasileirão. Em 2023, a média de público no Nabi Abi Chedid em jogos do Brasileiro foi de 6.046. Em 2024, teve média de 5.987 torcedores em 19 jogos disputados em Bragança Paulista.

– Não tivemos variação de média de público nos dois anos. Apesar de não termos o mesmo desempenho esportivo, mesmo tendo menos atrativo no campo de vista esportivo, é um bom número. Temos muito a melhorar. Tenho provalmente o segundo ingresso mais barato. Tenho o programa de sócio mais barato, disparado. Outra cidade da Série A neste ano, semelhante, é Criciúma. O programa de sócio deles é mais caro e tiveram o dobro de pessoas no estádio. Performance não pesou tanto, tiveram o rebaixamento. Claro que tem a questão que não participavam há bastante da elite, mas não justifica – analisou.

Torcida do Bragantino no estádio Nabi Abi Chedid — Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

– Não dá para entende porque não temos sete, oito mil pessoas aqui. Trago algumas responsabilidade. Muita gente que cruza comigo, pergunta, porque não baixa o preço do ingresso nessa reta final do campeonato. Não acho justo o cara que está junto o ano inteiro pagar um valor e, depois, baixar o preço para outro. Todos somos consumidores. (...) Vamos continuar aprendendo. Vamos continuar melhorando. Mas é um caminho de duas mãos. Se uma metade abre o braço, mas a outra não abraça. Tivemos média quase 50% menor que do Criciúma. São 38 partidas no ano aqui, em sete eu consigo pagar energia (com a renda), em três colocar dinheiro no bolso – completou.

Com a mudança de estádio acredita que pode haver aumento do público.

– O Cícero deve trazer o aspecto de novidade. Quem já viu o vídeo, ele tem a característica de arena, proximidade, tão bom ou melhor que aqui (no Nabi Abi Chedid). Vai fazer com que o torcedor se empolgue, fique conosco. Temos uma questão de localidade, vias de acesso muito boas. Acho que quem mora em diferentes regiões vai gostar de experimentar lá. A experiência que vamos passar para o torcedor lá é melhor que aqui. Acredito que a média deve subir – comentou.

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