É DO BRASIL! Isaquias Queiroz é prata na canoagem de velocidade nos Jogos de Paris
Terceira Olimpíada seguida subindo ao pódio e a sensação de dever cumprido. O canoísta Isaquias Queiroz finalizou mais um ciclo olímpico e resumiu o período como “gratificante” depois da conquista da prata em Paris 2024.
Com a medalha, o atleta chegou ao quinto pódio olímpico na carreira e está em segundo - junto com os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael - entre os recordistas do Brasil, que têm a ginasta Rebeca Andrade liderando o ranking com seis medalhas.
Isaquias conquistou um bronze e duas pratas no Rio de Janeiro em 2016, o ouro em Tóquio 2020 e, agora, a prata em Paris 2024.
Durante um evento em Sorocaba, no interior paulista, o canoísta conversou com o ge, fez um balanço da última temporada e deixou claro onde está seu pensamento: Los Angeles 2028.
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A sensação da leveza
São longos anos de treino e trabalho firme com o foco em um único objetivo, que é conquistar o pódio nos Jogos Olímpicos.
Com rotinas árduas de treinamento e pouco descanso, chegar ao final da temporada e ver que a meta foi cumprida realmente traz a sensação de leveza, como o próprio Isaquias disse.
– Treinamos durante a vida toda, às vezes durante quatro anos, quando fui para Paris, foram três anos, por causa da pandemia que teve que fazer uma alteração. Você terminar a sua temporada com a medalha olímpica, independente da cor, lógico que sempre queremos a medalha de ouro, que é a mais cobiçada, mas você sair de uma Olimpíada, no meu caso, que eu estava em quinto lugar na reta final ali e consegui ter uma arrancada boa e ficar com a medalha de prata. Você vem para casa mais leve, mais solto, com a sensação de dever cumprido.
– Depois disso tudo, você poder sair dessa rotina de atleta alto nível, poder fazer um evento, estar com a garotada, isso acaba complementando mais ainda. É aquela sensação de ‘pô, eu cumpri meu dever’. Eu treinei, pulei, ganhei e agora estou aqui recebendo carinho, recebendo todo apoio de todo mundo, isso é muito gratificante. Mas terminar a temporada 21/24 com seis medalhas no total, quando eu olho a perspectiva do meu resultado foi um ano muito gratificante, depois de 2023, que foi um pouco mais calmo, mais tranquilo, aproveitei para descansar um pouco, tanto mentalmente, como fisicamente também. Finalizamos o ano bem – comentou o canoísta.
Na noite de sexta-feira em Sorocaba, Isaquias tirou dúvidas de crianças e adultos sobre o esporte. Mas, além disso, foi possível ver na prática como funciona a canoagem e até remar com o medalhista. O local? Uma piscina, um pouco diferente dos rios que ele está acostumado.
E Los Angeles 2028?
Com menos de dois meses do fim das Olimpíadas, o pensamento já está em Los Angeles 2028.
O canoísta, que ainda não deu detalhes da preparação para este novo ciclo, comentou sobre a pressão que um atleta olímpico vive.
– Agora é descansar ainda, depois começar a voltar devagar, pensando já em Los Angeles, que é o objetivo nosso, sempre foi esse, medalha olímpica. Agora é treinar, deixar na mão do treinador, que nós atletas sempre só executamos o trabalho e o treinamento. O treinador fica responsável de toda a preparação e de todo o trabalho. É lógico que a cobrança de um atleta de alto nível não é fácil, não é só da sociedade, como do treinador também, que ele desgasta muito, fazendo todo o planejamento durante quatro anos, às vezes cinco anos.
– Você tem que se dedicar bastante, porque não é só você, é seu trabalho que está em jogo, o trabalho do treinador, o trabalho de toda a comissão, do comitê olímpico e confederação, que eles fazem um grande trabalho para poder nos proporcionar a melhor condição possível, para o atleta chegar no treinamento e dar seu melhor – explicou.
Ele ainda disse que um dos fatores que mais preocupam para a próxima Olimpíada é a idade. Em 2026, Isaquias terá 34 anos e, segundo ele, "o corpo já começa a sentir um pouco mais a dificuldade" na canoagem.
– Agora é descansar um pouco, o treinador está fazendo toda a programação de como vai ser a temporada até Los Angeles. Ainda vamos conversar, ver como é que vai fazer porque são quatro anos. Agora tenho 30 anos, chegar com 34 anos tem que ter uma programação, um trabalho bem feito, para poder chegar na melhor condição possível porque a canoagem começa cedo, já fui campeão mundial com 19 anos, só que com 30 anos o corpo já começa a sentir um pouco mais a dificuldade de treinamento, porque a nossa modalidade é isso, é alto nível. Não tem como você ficar um mês parado que aí já acabou quase a temporada toda – concluiu.
* Bárbara Bruno colaborou sob supervisão de Arcílio Neto.
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