O atirador de League of Legends (LOL) David "Disave" é o novo player da Rise Gaming. Aos 24 anos, ele foi anunciado pelo clube sorocabano após ser um dos destaques do 1º Split do Campeonato Brasileiro (CBLOL) de 2022 pela KaBuM.
Disave chegou na KaBuM em 2019 como reserva de Alexandre “TitaN”. Em 2020, o jogador ganhou destaque até chegar a comandar a equipe na última edição do CBLOL. Em maio, o pró-player havia comunicado que não ficaria na equipe e que estaria aberto a propostas. De casa nova, Disave destacou o acolhimento da Rise e comentou a estrutura da nova organização.
– Quando saí da KaBuM, não encontrei outro lugar no CBLOL, porque na janela de meio de ano não tem muita troca de jogadores. A janela de novembro é mais movimentada. Fiquei muito feliz que exista uma organização como essa com uma estrutura fenomenal, que está fazendo um ótimo trabalho – disse.
A Rise Gaming foi criada em 2019 e reúne times de LOL, Valorant e Free Fire. A estrutura do clube conta com uma "casa gamer" em Sorocaba, no interior de São Paulo. A página do Instagram conta mais de 180 mil seguidores.
A contratação de Disave é a chance da equipe elevar o patamar. Apesar da estrutura em evolução, a Rise não participa do sistema de franquias do CBLOL, provido pelo Riot Games Brasil. Mesmo fora da maior competição nacional da modalidade, o pró-player garante que está empolgado com o projeto.
– Espero conseguir crescer bastante. É um momento de renovação, de dar um passo atrás para dar dois à frente. Tenho muito o que aprender com eles em relação a minha imagem, de foto e de mídia – falou Disave.
"A minha profissão"
O sonho de um apaixonado por jogos é transformar o hobbie em profissão. Para conseguir uma vaga em uma das cadeiras mais desejadas do país, Disave precisou dedicar várias horas na frente da telinha do computador.
– Quando estava no ensino médio, já existia um rankeamento no jogo. Acredito que estava no top 200, que é o ranking máximo. Quando você está neste nível, começa a pensar em possibilidades. Na época, comecei a conhecer o que era o CBLOL, que poderia viver disso e que poderia ser a minha profissão. Foi quando percebi que era o que queria fazer da vida – conta.
Além das batalhas dentro do game, Disave tinha uma outra missão na vida real: convencer os pais que o amor pelo LOL poderia ser sua profissão.
– Meus pais são do interior de Minas Gerais e vieram de uma criação da lavoura, fazendo serviço pesado. Há uma barreira muito grande de gerações. Tinha que ajudar o meu pai com o trabalho dele. Na cabeça dele não dava futuro e não fazia sentido ser um player. Vai muito de cada família. Tem players que são incentivados pelos pais. No meu caso foi um pouco mais complicado – revelou.
A rotina de pró-player
A rotina de um pró-player de League of Legends não se resume a jogar o dia inteiro. Além de dedicar horas ao universo do game, é necessário estudar a parte estratégica e focar no trabalho em equipe. Com todas as mudanças no jogo, Disave conta que é preciso se manter atualizado.
– São muitas horas dedicadas ao jogo, que muda a cada semana. Os campeões (avatares) ficam mais fortes ou ficam mais fracos e você precisa ficar atualizado – conta.
Se na rotina de qualquer clube esportivo os atletas precisam de um acompanhamento profissional, na Rise não é diferente. Depois de várias horas no computador, é importante fazer pausas e também tomar os devidos cuidados com o corpo e com a mente.
– Você precisa ter uma preocupação com a parte psicológica e física. O que mais desgasta é a parte mental. Você fica horas e horas jogando e exercitando o cérebro. Quando a galera nova começa a jogar, fica ansiosa para ter um volume de jogo. Quer jogar diversas partidas, chegando a mais de 20 por dia. O nosso jogo é muito tático, então é necessário parar e ver o próprio replay– diz Disave.
Sem estar no CBLOL, a Rise disputa outros campeonatos menores pelo Brasil e com outras equipes da América do Sul. Como qualquer game, o objetivo é se divertir enquanto joga. Mas em um cenário tão competitivo, será que dá tempo para pensar na diversão? Disave responde:
– É um jogo que é necessário se dividir para ter um bom desempenho. Quando vou entrar para o meu treino individual, tenho um perfil mais sério. Acredito que a maioria dos jogadores, quando se profissionaliza, acha um equilíbrio entre se divertir e levar a sério a partida – respondeu.
Para quem sonha em se tornar um pró-player e transformar a paixão em profissão, Disave conta que é preciso sempre manter um equilíbrio entre as horas jogando e a análise das próprias jogadas.
– É um esporte um pouco diferente. Tem a parte física, mas o que mais fica desgastado é o mental. Você fica horas e horas jogando e exercitando o seu cérebro. Ele está tentando entender qual será a melhor jogada. Quando a galera nova começa a jogar, fica ansiosa para ter um volume de jogo. Quer jogar diversas partidas, chega a jogar mais de 20 por dia. O nosso jogo é muito tático, então você precisa parar e ver o seu replay. Precisa entrar no jogo inteiro para não fazer uma jogada muito afobada – aconselha.
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