Ituano é derrotado de virada para o Ceará e se complica ainda mais na Série B
A proposta de transformação do Ituano em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) não foi votada nesta terça-feira. A assembleia desta noite não reuniu o quórum necessário e os sócios pediram mais tempo para analisar a proposta.
Dos 84 associados, apenas 34 estiveram presentes à reunião. Para que a oferta fosse analisada, seria necessária a presença de pelo menos 43 membros. Após um novo período de análise, uma nova assembleia será convocada.
Em nota oficial desta quarta-feira, o Ituano informou que a "reunião foi muito positiva".
– O Ituano FC comunica que na noite desta terça, dia 22 de outubro, foi realizada Assembleia Geral de Sócios do clube para discutir e deliberar sobre a criação da SAF. A reunião foi muito positiva e houve discussão construtiva entre os presentes. Atendendo a solicitação dos sócios, será agendada uma nova reunião, com o objetivo de aprofundar a discussão para melhor entendimento dos detalhes da proposta. Posteriormente, deverá ser submetida então à Assembleia a criação da SAF – pontuou a assessoria da gestão.
A proposta em questão é dos atuais gestores do clube, Juninho Paulista e Paulo Silvestri. Mesmo caso a oferta seja aceita, a administração do futebol do Galo de Itu continuaria a ser feita pela empresa Dimachi, que pertence à dupla de gestores. A principal diferença é que um novo CNPJ seria criado com o nome Ituano Futebol Clube Sociedade Anônima do Futebol.
Conforme apurado pelo ge, a divisão percentual do clube ficaria 60% com os gestores e 40% com a associação esportiva (o Ituano Futebol Clube, que seguiria existindo). Os valores não foram divulgados, devido a uma cláusula de sigilo. A discussão sobre a constituição da SAF se intensificou em 2021, ano que esse tipo específico de empresa foi criado por lei federal.
Parte dos 60% do Ituano SAF poderia até ser vendida para outros investidores, mas há um limite. Uma cláusula anti-diluição bloquearia a possibilidade de a administração passar a ser feita por uma outra pessoa que não fosse Paulo Silvestri ou Juninho Paulista.
Novos investidores seriam bem-vindos, mas não poderiam ter uma porcentagem que os tornassem sócios majoritários. A intenção é, justamente, atrair novos investidores para aumentar os aportes com o futebol.
Atualmente, os gestores do Ituano têm contrato para gerir o clube até 2030. Eles fazem a gestão do Galo de Itu desde 2009. O único ativo do futebol que não pertence a Silvestri e Juninho é o complexo do estádio Novelli Júnior, que é de propriedade da Prefeitura de Itu.
Entre os compromissos estabelecidos pela dupla de gestores estão as melhorias da infraestrutura do estádio, do centro de treinamento e do staff médico do clube. Contrapartidas poderiam ser oferecidas ao município, em busca de um bom negócio para as duas partes.
As cláusulas principais da possível nova SAF foram discutidas e modificadas ao longo dos últimos anos. Caso os sócios aprovem, advogados dos gestores e da associação esportiva (presidente, conselhos e sócios) se sentariam à mesa para redigir o estatuto da SAF. Os Conselhos Fiscal e Deliberativo continuariam a fiscalizar e administrar todos os lucros e verbas futuras.
Pentacampeão mundial pela seleção brasileira em 2002, Juninho foi revelado pelo Ituano em 1991. Encerrou a carreira como jogador também no Rubro-negro de Itu em 2010. Como gestor, a partir de 2009, viveu a glória máxima no título do Paulistão de 2014. Ficou quatro anos fora da gestão do clube, enquanto foi coordenador de seleções da CBF entre 2019 e 2023.
Dentro das quatro linhas, o ano de 2024 do Ituano é um dos piores da história. Rebaixado no Paulistão após mais de duas décadas seguidas na elite, o Galo de Itu é o vice-lanterna da Série B com 31 pontos. Nesse domingo, o clube demitiu o técnico Alberto Valentim, um dia depois da derrota em casa para o Ceará.
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