Um dos mais tradicionais estádio de futebol do estado de São Paulo agora também serve de moradia para funcionários do América-SP, time proprietário do imóvel construído em uma área de 43 mil m² e com capacidade mais de 36 mil pessoas. O estádio, aliás, foi palco de dezenas de jogos de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos e considerado a "segunda casa" dos grandes paulistas.
No entanto, 23 anos se passaram desde a inauguração e o estádio parece ter sucumbido a medida que o América-SP caiu da elite para a quarta e última divisão do Campeonato Paulista. A prova disso é que uma das bilheterias do estádio, que já recebeu 40 mil pessoas em um clássico entre São Paulo e Palmeiras, em 2001, agora serve de moradia para o zelador do clube. Veja detalhes no vídeo abaixo.
Bilheteria do Estádio Teixeirão vira casa para funcionário do clube
Segundo o presidente do América-SP, Luiz Donizete Prieto, o local escolhido para abrigar o zelador é estratégico.
– O zelador dorme na bilheteria porque ele tem toda a visão da portaria. Ele trabalha a noite toda, então ele descansa um pouquinho aqui na bilheteria. Tem moradores de rua dormindo na bilheteria, pulam o muro e entram no campo, isso tem – disse Luiz Donizette Prieto, presidente do América-SP.
Em 2018, o GloboEsporte.com esteve no estádio em São José do Rio Preto e detectou o estado de abandono. Desde então, o América-SP trocou de presidente, foi denunciado pelo Ministério Público sobre problemas nos alojamentos das categorias de base e teve nova intimação da justiça para o leilão do estádio.
Dentro de campo, o América-SP vive uma crise. Na quarta e última divisão do futebol de São Paulo, os jogadores fizeram greve e se recusam a treinar enquanto não receberem, segundo eles, os salários atrasados. Para a diretoria do clube, no entanto, a cobrança é indevida e é referente ao período em que alguns jogadores fizeram testes antes de serem contratados. O presidente do clube garantiu que os jogadores receberam o valor da dívida: R$ 200.
Obras e estádio a leilão
Na última semana, Justiça do Trabalho de São José do Rio Preto determinou que o estádio Benedito Teixeira seja vendido para amortizar dívidas administrativas do clube. É a segunda vez que o estádio é leiloado. Em 2015, não houve interessados em arrematar o imóvel.
O estádio foi avaliado em R$ 35 milhões. Entre os dias 3 de junho até 2 de setembro, quatro corretores nomeados pela juíza Daniela Ferreira Borges estão autorizados a receber propostas de compra. O lance inicial é de R$ 21 milhões, que corresponde 60% do valor do terreno de 3 mil m².
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