Marcelo Teixeira, presidente do Santos, fala sobre possível vinda de Neymar: "Não sabemos o desfecho dessa história"
O interesse do Santos nas contratações de Neymar e Gabigol foi o principal tema da entrevista coletiva concedida pelo presidente Marcelo Teixeira neste domingo, na Vila Viva Sorte, depois da derrota do Peixe contra o CRB - o jogo marcou para os alvinegros por ter sido o da entrega da taça de campeão da Série B.
Questionado sobre a possibilidade de o clube contratar a dupla, que foi revelada na base santista, o dirigente afirmou que aguarda uma definição do futuro de Neymar e espera por uma resposta de Gabigol para a proposta apresentada pelos alvinegros.
– Sobre o Neymar não tenho novidades. Aguardamos as questões relacionadas ao clube e ao atleta. A maneira como será esse desfecho o Santos não poderá interferir. Se pudéssemos, faríamos. Não é o caso. O contrato está vigente, estamos acompanhando para, no momento em que se definir, o Santos se manifestar. Estamos aguardando.
– O que posso assegurar no caso do Gabriel é o que já foi noticiado. Nós, ao terminar e confirmar o acesso para o Brasileirão do ano que vem, estávamos conversando em parte. A partir do momento em que se concretizou encaminhamos uma proposta ao staff para avaliar. A resposta foi de que exatamente até dezembro eles estudariam todas as questões e que o Santos estava no páreo para esses estudos – afirmou Marcelo Teixeira.
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Se a proposta por Gabigol já foi apresentada, a situação envolvendo Neymar é diferente nos bastidores do clube. Isso porque o atleta tem contrato com o Al-Hilal, da Arábia Saudita, e o Peixe só vai avançar em uma eventual negociação caso o atleta consiga a rescisão de seu atual contrato.
O Santos agendou uma reunião com o pai de Neymar para discutir as possibilidades do retorno do ídolo ao clube em 2025 - o encontro será na próxima semana e contará com a presença da cúpula alvinegra.
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Veja outros trechos da entrevista coletiva de Marcelo Teixeira:
O Fábio Carille é muito criticado pela torcida do Santos. A direção levará em conta também a questão humana para não colocá-lo em exposição antes de decidir o futuro dele?
– O próprio Fábio foi feliz aqui. Tudo é possível ter uma solução, basta você programar, planejar e manter uma forma de que o trabalho continue crescendo. É natural que temos essa preocupação, todos nós temos. Nós resistimos, tivemos resiliência na permanência do trabalho. Muitas vezes a imprensa critica a ruptura de um trabalho. No jogo contra a Ponte Preta fiz questão de ligar nele para falar sobre a permanência. O objetivo era o acesso, depois o título. Conquistamos ambos. Não poderíamos romper o trabalho, poderia gerar algo no grupo e um problema financeiro. Já tivemos temporadas com quatro treinadores e não fomos felizes. Já tivemos técnicos ofensivos, defensivos e todos foram questionados. A torcida é paixão, nós precisamos ter razão. Precisamos pensar na nossa aceitação com o público, estou preparado para isso.
– Não vou fazer qualquer desvio daquilo com o que me comprometi que é transparência e compromisso com o quadro associativo. A minha gestão não será medida com o que for apresentado em campo. Eu gostaria de um futebol melhor, mas não é o nosso momento. Temos camisa, história e tradição, mas estamos no pior momento da nossa história. Isso é justificativa para jogar um mau futebol? Não, não é. Mas é a nossa realidade. Seria cômodo vir aqui dizendo que estava planejando a Série A e fazendo vários pré-contratos. Não seria irresponsável. Agora, está definida qual é a situação do Santos para 2025. Não estamos atrasados, estamos agindo com cautela, prudência e, acima de tudo, ousadia. Estamos na Série B e planejando algo muito melhor para 2025.
– O caminho está sendo pavimentado de uma forma para vencermos. O pior seria se eu estivesse aqui dizendo que não subimos porque tivemos transferban, problemas com o elenco. Não é o caso, não houve omissão. Agimos, erramos, acertamos e vamos corrigindo. O mais importante é fazer cada passo de acordo com a nossa realidade.
O senhor colocará dinheiro do bolso para montar o elenco do ano que vem? E qual será o orçamento do Santos para 2025?
– Não concordo com isso. Em 2000 tivemos essa necessidade, o estatuto permitia que isso acontecesse, não cobrei juros e correções. Mas provei ao longo do período que o Santos poderia ser autossuficiente e é assim que vamos fazer. O Santos teve o financeiro comprometido nesse ano. Nós acreditamos na gestão autossuficiente em receitas com patrocínios. É um gigante voltando às suas origens, isso é muito importante para o desenvolvimento do trabalho. Queremos que, com o investimento que se faça, nunca se comprometa os cofres do clube. Digo isso porque há gestores que contratam de forma imediata e não pensam da maneira correta. Não é o que o Santos fará.
– Temos uma base de atletas, exigirá da gestão do futebol contratações que visem reforçar o grupo para as três disputas do ano que vem. Faremos sempre o que é a nossa tradição na revelação de jogadores. Temos safras boas. Na própria conversa que teremos ao final do campeonato com a comissão técnica passará também por isso. Há a questão emocional sobre o futuro do Carille, queremos ter a certeza de que possa haver a continuação do trabalho. Não é apenas uma questão humana, há também a questão profissional. A comissão estará preparada para os desafios de 2025? Naturalmente, passará pelo planejamento das necessidades daqueles que permanecerão. Alguns não vão ficar, outros vão. A base está formada, mas a necessidade é nítida.
Sobre a possibilidade de o Santos jogar no Pacaembu
– Uma das pendências que existem para a nova arena é a inauguração do Pacaembu. Não temos oficialmente a confirmaçaõ da reinauguração. A partir do momento que isso chegar a nós, se estivermos com a nova arena planejada com as vendas, o Pacaembu será a nossa casa. Mesmo que nós não tenhamos o início das obras, a chance também é boa para que possamos jogar em São paulo. A demanda é grande. Particularmente, até pelo prazo de venda da nova arena, creio que disputaremos o Paulistão na nova arena.
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