Confira a coletiva de Fabio Carille, do Santos, após vitória contra o América-MG
O técnico Fábio Carille valorizou a entrega dos jogadores do Santos na vitória sobre o América-MG por 2 a 1, neste domingo, na Vila Viva Sorte, pela 26ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
O resultado deste domingo manteve o Peixe na vice-liderança da competição nacional, agora com 46 pontos e um atrás do líder Novorizontino. No vestiário, o treinador ressaltou o comprometimento do time na reta final da temporada.
– Foi isso que falei no final do jogo, para deixar a questão da organização defensiva e ofensiva para a comissão e eles virem com a entrega nesses 12 jogos que faltam para a gente alcançar o objetivo. Minha oração com eles foi sobre isso. Vir com a entrega, disposição e concentração, e prestar atenção nas nossas orientações. É assim que vamos trabalhar para terminar essa temporada.
Santos 2 x 1 América-MG | melhores momentos | 26ª rodada | Série B 2024
Segundo o técnico, a vitória sobre o América-MG foi semelhante ao triunfo do Peixe contra o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro de 2021, quando ele também era o treinador.
– Quero lembrar de uma situação que aconteceu em 2021 comigo. Eu chego para o segundo turno do Brasileiro e nos cinco primeiros jogos eu fiz um ponto. Na pandemia, não tinha tempo para treinar. Estreei numa sexta e já tinha jogo segunda, quinta. Era assim. Nossa primeira vitória foi mais ou menos dessa forma, contra o Grêmio. Um gol do Palha nos últimos minutos. Um jogo tenso. Hoje era um jogo tenso por conta dos nossos últimos resultados, mas a equipe mostrou personalidade. Persistiu, insistiu. No primeiro tempo não conseguiu. Voltou para o segundo tempo e valorizamos a vitória nessa reta final.
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Sobre a pressão existente por conta do desempenho do time nas últimas rodadas, Carille disse estar tranquilo e que se sente respaldado pela atual diretoria.
– O externo eu não consigo controlar. O interno estou bastante tranquilo. Terminou o jogo da Ponte, o presidente estava nos Estados Unidos e me ligou. Ficamos minutos conversando. Com o Gallo, com o Paulo, com o Marcelinho que também estava presente. O externo eu não escuto, não leio, não falo. O interno está muito controlado. Gostam do trabalho. Se não gostassem já estaria fora.
– Tiveram jogadores que se posicionaram chamando a responsabilidade para eles. Não é por eu ser bonito ou legal. Atleta gosta de resultado. Internamente, o presidente me liga quase todos os dias, nos encontramos. Nos encontramos não em locais particulares, é em restaurantes, na hora do almoço. Não tem o que esconder. O externo eu não sei. Sempre foi assim. Faz mais de 10 anos que não olho minhas redes sociais. Mas o interno está tendo um entendimento muito legal.
O comandante do Peixe também falou que não pensa na próxima temporada ou na permanência no clube neste momento. O foco, agora, é conquistar o acesso à Série A do Brasileirão.
– Não estou pensando no ano que vem. Estou pensando em subir e foi para isso que viemos. Depois não sei o que vai acontecer. Não estou pensando nisso. Mas foi uma forma de falar, de virar esse caldeirão a nosso favor, jogar com a gente. Erros vão acontecer. Continuar apoiando para que gente dentro de campo faça o melhor e busque a vitória. É só falar desse momento de trazer o torcedor com a gente. Independente de qualquer situação, a gente sabe o quanto é importante eles apoiarem e estarem do nosso lado.
Veja outros trechos da entrevista coletiva do técnico Fábio Carille:
Vila Belmiro
– A Vila Belmiro tem que ser esse caldeirão a nosso favor. Tem muita gente que não gosta de mim. Não gosta desse jogador ou daquele, não gosta do presidente. Mas agora não é hora disso. Eu sei que teve um movimento. Hoje teve um apoio melhor desde o início. Sei que o Santos vem sofrendo muito nos últimos anos. Não só no Campeonato Brasileiro, mas no Paulista também. Sei dessa indignação e tem que ter mesmo, mas vem com a gente. São seis jogos em casa. Nossa torcida também comparece nos jogos fora. Incentiva, grita. O Pituca erra um passe e por que não põe o Sandry? O Sandry erra e por que não coloca o Pituca? O futebol é um jogo de acertos e erros. Se errou, é dar força. Hoje teve um ambiente legal. Sei que teve um trabalho para que isso voltasse. No fim do ano, se eu vou ficar ou não são outros 500. Agora não é hora disso. É hora de se fechar.
– Não é uma briga só nossa. Já vim muitas vezes na Vila e sei quanto é ruim jogar quando a atmosfera está a favor do Santos. Claro que também tem um pouco da nossa atitude dentro de campo para deixar o torcedor assim. Mas agora não é hora. Comprar a briga junto com a gente. Reta final, faltam 12 jogos para terminar, com seis vitórias, 64 pontos, está garantido. Quanto a gente chegar, aí a gente pensa em título. Tem muita coisa. Temos time, já mostramos isso. Entendendo a Série B para que a gente busque pontos fora também.
Ausência de reforços e jogadores da base
– Sobre os reforços, o Renan e Diógenes vou alternar. Isso está definido. Os outros jogadores precisam de intensidade maior. O Yusupha vinha de férias, dois anos no Catar, onde é um futebol com intensidade lá embaixo. Aqui está pegando nesse momento da Série B. O Billy vem treinando, tecnicamente muito bom, mas cobrando intensidade com e sem bola. O Miguelito teve um período com a gente aqui. Um garoto com talento muito grande, mas jogando por dentro teve dificuldades. Pedi vídeo para nosso pessoal com ele jogando aberto pela direita. Para mim é uma novidade. Talvez facilite porque não fica de costas para o volante, vem por dentro, pega a bola de frente. Uma alternativa que pode ser. Mas são jogadores com qualidade e potencial. O Souza concentrou, mas tirei ele por ter o Hayner que joga dos dois lados e o Luan Peres, que já jogou de lateral. Essa foi a escolha, mas estão todos nos planos trabalhando diariamente e buscando a melhora de todos.
Wendel
– São três jogadores com características diferentes. Não vejo o William como nove, vejo como um segundo atacante, rodando perto do nove. O Julio é um pivô de brigar, de disputa, de segurar bem a bola. Foi importante ele entrar em Brusque, naquele campo ruim, ficamos com a bola mais no ataque já que o campo não dava condições de jogo. E o Wendel é de atacar espaço. Estamos entendo ele ainda. Os jogadores estão observando. Ele é esperto para atacar espaço, é rápido, tem boa velocidade. Mas claro que vai tempo para que esse último lance. Aí é entrosamento, é tudo mais. Mas são três jogadores que nos atendem conforme a situação do jogo.
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