A primeira técnica de Alison dos Santos, o Piu, celebrou a conquista da segunda medalha olímpica da carreira dele nos 400 metros com barreiras nesta sexta-feira, em Paris. Para Ana Fidelis, o bronze nos Jogos Olímpicos da França, assim como em Tóquio, mostrou que o atleta de São Joaquim da Barra (SP) teve resiliência para se superar ao longo da competição.
- Essa foi mais emocionante que a primeira por conta da classificatória da semifinal. Todo mundo estava achando que ele não iria conseguir, mas ele conseguiu – analisou.
Alison dos Santos ganha o bronze nos 400m com barreiras nos Jogos Olímpicos
Ainda de acordo com Aninha, como é conhecida, Piu precisou ter força mental após a semifinal, em que teve que “secar” os adversários para poder avançar à decisão.
- A competição para ele foi mais mental. Percebemos que ele não estava bem na classificatória e na semifinal, mas é o Piu. Ele é assim. É gigante. Ele não deixou que nada atrapalhasse e quase ficou em segundo – afirmou a treinadora, que viu pressão em Alison dos Santos.
- Falei com o treinador dele, mas acho que ele sentiu a pressão dessa vez por ter sido medalhista nos últimos Jogos e se sentiu pressionado a ser medalhista agora também. Nas duas últimas corridas ele estava mais sofrido. Agora ele terminou a corrida feliz.
Aninha acompanhou a final olímpica no projeto "Vencendo Barreitas com Alison dos Santos" em São Joaquim da Barra, onde Piu nasceu, cresceu e começou no esporte.
- Foi uma festa. O projeto inteiro acompanhou. As crianças, pais, amigos, todo mundo. Foi emocionante.
De olho em 2028
Aninha treinou Piu de 2014 até o começo de 2018, quando ele tinha 17 anos e deixou São Joaquim da Barra para viver do atletismo.
A carreira meteórica dele, com duas medalhas olímpicas em duas participação em Jogos, aos 24 anos, começou a ser desenhada ainda na adolescência.
- Eu acho que não existe Piu sem Aninha. Foi o início. Sou um pouco medalhista também. Tenho uma fatia dessa medalha. Foi muito rápido o que aconteceu com o Alison. 2014 ele começou. 2015 medalhou no primeiro brasileiro, 2017 foi campeão brasileiro e mundial e, depois, só felicidade. Ele amadureceu. A corrida dele amadureceu. Tecnicamente ele continua o mesmo Piu, mas ele está mais veloz e mais forte, que é o que acontece quando vai se tornando adulto.
Piu chegará às Olimpíadas de Los Angeles, em 2028, com 28 anos, idade suficiente para manter a briga pela medalha de ouro, segundo Aninha.
- Tem físico e cabeça para as próximas Olimpíadas sim. As pessoas esquecem que o Alison passou por uma cirurgia no ano passado e, talvez, não foi como ele esperava, porque ele tinha chance real de ouro nessa Olimpíada. Acho que por conta disso ele não foi tão bem nesse ano e não fez o melhor resultado disso. Mas para os próximos quatro anos ele estará pronto para brigar pelo Ouro. Ele é novo, tem idade ainda - analisou.
Veja também