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Por Vinícius Alves — São Paulo


A triatleta Luisa Baptista recebeu alta médica nesta sexta-feira, 168 dias após ser atropelada durante um treino em Santa Eudóxia, distrito de São Carlos (SP). Ela ficará em Araras (SP), na casa da família. É a primeira vez que Luisa volta ao interior paulista depois do acidente.

- Não vejo a hora de chegar em casa, dar um abraço nas pessoas que eu amo, que estou com saudades. Isso fez valer a pena todo esse tempo que passou. Foi muito tempo, mas realmente voltei à vida. Tenho que agradecer a todo mundo, os médicos responsáveis pelo tratamento, todos os enfermeiros, o Samu, que me resgatou, a Santa Casa de São Carlos, o HC. Se não fossem essas pessoas, não estaria aqui hoje e tendo a oportunidade de voltar para casa depois de tanto tempo - disse ao ge horas depois da notícia da alta.

Triatleta Luisa Baptista recebe alta depois do atropelamento em dezembro de 2023

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A alta acontece na semana que antecede o aniversário de 30 anos de Luisa, no próximo dia 15 de junho. Ela havia saído do Hospital São Luiz - Itaim, na Zona Sul de São Paulo, onde permaneceu por mais de dois meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e seguiu tratamento de reabilitação em uma clínica na Vila Mariana, também na zona Sul.

No fim de maio, ela voltou ao hospital para a última cirurgia de prótese no quadril, onde ficou internada até esta sexta-feira.

- Foi um belo presente de aniversário. Estou super feliz - comemorou a triatleta.

Triatleta Luisa Baptista e a família no momento da alta médica em São Paulo — Foto: Arquivo Pessoal

O acidente

A triatleta campeã do Pan de 2019, natural de Araras, foi atropelada em 23 de dezembro de 2023 quando treinava de bicicleta na Estrada Municipal Abel Terrugi (SCA-329).

Ela foi atingida na dianteira por uma moto. Segundo a Polícia Civil, o motociclista não tinha habilitação. Ele foi socorrido e levado para Santa Casa de São Carlos com ferimentos médios. O boletim de ocorrência foi inicialmente registrado como lesão corporal culposa, quando não há intenção, e a moto foi apreendida.

Triatleta Luísa Baptista terá alta da UTI e já planeja voltar a competir

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Luisa teve 28 pontos de fratura no corpo por conta do acidente. Foram duas perfurações no pulmão, dois meses em coma, oito minutos de parada cardiorrespiratória e nove cirurgias durante a recuperação, a última delas no fim de maio, com uma prótese no quadril. Ela treinava com outros ciclistas, mas no momento do acidente estava sozinha na pista simples, sem acostamento.

- Ela está com ótima movimentação em todos os membros. Ainda tem uma cirurgia na mão, porque a mão abriu no meio, basicamente. Ela ficou mais de dois meses sem mexer o lado direito e, nesse tempo, não foi feito nenhum procedimento na mão. Vai fazer uma astroscopia na mão dentro de algumas semanas - explicou o irmão dela, Vitor Duarte.

Luisa Baptista com suas cachorras Ayra e Lessie — Foto: Reprodução/Instagram

Ainda segundo a polícia, o motociclista sem habilitação que atropelou Luísa havia ido a uma festa com bebida liberada no dia anterior. No entanto, ele disse à reportagem e ao Fantástico que não havia ingerido álcool e afirmou que não se lembra do momento da colisão, por volta das 8h do dia 23, mas garantiu que estava a caminho do trabalho.

O Fantástico teve acesso à única câmera que mostra Luísa passando pela rodovia, a 350 metros do local do acidente. O vídeo não registra a moto, o que, segundo a defesa da vítima, reforça a hipótese de que o motociclista estaria no sentido contrário e teria invadido a outra faixa, atropelando a ciclista na contramão. A tese é negada pelo suspeito.

Os advogados da triatleta pediram ao Ministério Público de São Paulo a mudança da denúncia contra Nayn José Sales, motorista suspeito de atropelá-la. Hoje, o homem responde por lesão corporal culposa, quando não há intenção. O pedido de alteração é para que ele passe a responder por tentativa de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A família aguarda um posicionamento oficial das autoridades.

Local do acidente da triatleta Luisa Baptista — Foto: Reprodução/JN

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