Leonardo Marques, o Léo, tem só 13 anos, mas a personalidade é de gente grande, e a moto que ele dirige também. Apesar da pouca idade, o garoto controla motocicletas de 300 e 400 cilindradas, e já foi campeão paulista e brasileiro.
Com apenas 13 anos, Leonardo é promessa do motociclismo brasileira
A velocidade demonstrada nas pistas também acompanha Léo fora delas. O contato com uma motocicleta aconteceu rápido na vida dele, quando ele completou três anos de idade.
– Ganhei minha primeira moto, uma moto elétrica, quando tinha três anos, da minha avó. Quando fui crescendo fui aumentando as motos e com nove anos meu pai perguntou se eu queria andar numa pista de corrida, eu fiquei surpreso, mas falei que queria, fui ganhando as coisas, ganhei um macacão de um amigo, depois da minha mãe – explicou o jovem piloto.
Na contramão das vovós, Nicélia Marques Correia, a avó de Léo, foi a primeira a incentivá-lo com o presente dado aos três anos. Ela confessou que não imaginava que ali daria o “start” para o garoto se apaixonar pela motovelocidade, mas quando percebeu que a brincadeira tinha virado coisa séria, a avó abraçou o sonho do neto.
– Eu sempre gostei de moto, então eu comprei uma motinha e dei pra ele, fui trocando as motos até que o pai dele, num aniversário, deu uma RT [modelo de moto], mas eu não o acompanhava. Ele foi pra São Paulo, o vi correndo, vi ele cair, fiquei aflita (...) mas já que era isso que ele queria, eu [falei a mim mesma] vou estar com ele, e dar todas as condições pra ele correr – disse Nicélia.
Quando completou dez anos, Léo Marques participou de uma seletiva e não parou mais. Em três anos de corridas, já ostenta títulos de campeão paulista e brasileiro.
– Eu tenho um orgulho muito grande de chegar onde cheguei. É um esporte caro, não é fácil. Mas com a ajuda dos patrocinadores, da minha avó, de todo mundo, estou onde estou hoje e a meta é sempre evoluir – disse um confiante Léo.
Por conta do alto custo, o jovem treina duas vezes por semana. Em média, são 10 litros de combustível por treino. Quando falta a verba, a avó entra em ação.
– O custo é muito alto, nas inscrições, nas peças da moto, as viagens. Eu faço rifa, às vezes não tem dinheiro para o combustível, eu peço pra alguma pessoa ajudar – contou Nicélia.
Léo é de Ribeirão Preto (SP), mas como a única pista da cidade está fechada, seus treinos acontecem em Araraquara (SP), distante 90 km da cidade natal. Por lá, ele corre numa pista para karts. Como tem só 13 anos, a promessa só tem autorização para pilotar moto dentro de um autódromo.
– Eu gosto da pista, conheço bastante ela, treino já faz um tempinho aqui. É bem divertido.
Nem a distância ou a verba curta tem diminuído a vontade de Léo Marques. Prestes a conquistar o bicampeonato nacional, ele já demonstra uma maturidade do tamanho de seu sonho.
– O maior sonho é chegar à rainha das classes, que é a Moto GP. Tomara que eu consiga chegar lá – comentou Léo, cujo sonho é compartilhado por sua maior incentivadora.
– A hora que ele sai pra corrida ele se transforma em outra pessoa, ele foca de uma maneira, isso que me dá ânimo para continuar. Ele é muito dedicado. Ele vira outro Leonardo, quando dá a bandeirada eu pego minha santa, e peço pra ela me trazer ele de volta, e ela sempre me traz de volta – concluiu Nicélia Marques.
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