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Por Redação do ge — Ribeirão Preto, SP


O foco que antes estava fixo em balançar a rede adversária agora está em outra rede, em outro tipo de piso e a posição também mudou. O artilheiro de Fluminense, São Paulo e Athletico-PR deixou o campo e foi pra arquibancada na função de pai coruja. Washington, o “Coração Valente”, acompanha agora, na tela do celular, o início de carreira da filha no vôlei.

Jogos da Juventude reúnem prodígios do esporte em Ribeirão Preto, SP

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– Eu fico numa emoção dupla, me oficializaram como o cameraman dos jogos, até pra passar a informação para o pessoal de Sergipe, para os pais. O coração fica batendo forte, querendo sempre o melhor para os filhos, no caso a minha filha no vôlei, e torço pra ela ter sucesso no esporte como eu tive – afirmou o ex-jogador, que transmite em lives os jogos da equipe da filha através de seu celular.

Washington e a filha Catharina Cerqueira, que usa a camisa 9 em homenagem ao pai — Foto: Beto Noval/COB

Catharina Cerqueira tem apenas 16 anos e joga pela equipe de Sergipe, que participa dos Jogos da Juventude em Ribeirão Preto (SP). Até o momento, o time dela já venceu duas partidas, e todas elas com Washington nas arquibancadas, como torcedor e responsável pelas lives.

– Sou muito coruja, principalmente na área do esporte, acompanho todos os meus três filhos para que deem certo no esporte. Eu estou tentando segurar, porque estou filmando, mas se estou na arquibancada só torcendo, aí me solto mais, falo mais – admite o pai de Catharina.

Washington faz lives das partidas de vôlei da filha nos Jogos da Juventude em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Luciano Tolentino/EPTV

A aspirante a jogadora tenta não se intimidar com a presença do “Coração Valente” nas arquibancadas, e até utiliza como motivação para aperfeiçoar seu jogo.

– Eu me sinto um pouco pressionada por isso, mas está tudo bem, isso me faz querer jogar mais. Ele fica gravando, coloca a mão na cabeça, eu não escuto, mas sinto, vou percebendo pelas expressões – comenta Catharina, que usa até a camisa 9, em homenagem ao pai que ela não viu jogar, mas não se cansa de rever vídeos na internet e ouvir histórias.

– Todo mundo fala dele o tempo todo, o número da minha camisa é por causa dele. Eu tenho muito orgulho dele, não era nascida durante a carreira dele, mas eu assisto alguns vídeos, as pessoas me falam bastante da trajetória dele, e eu gosto muito de ouvir essa história, gosto muito também da trajetória dele. É uma cobrança a mais para me esforçar e querer ser igual a ele – completou.

Catharina, filha do "Coração Valente", joga vôlei por Sergipe — Foto: Luciano Tolentino/EPTV

Ver a filha das arquibancadas tem se mostrado mais um teste para o “Coração Valente”, que superou, enquanto atleta, problemas cardíacos para se transformar no nono maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro, com 126 gols marcados.

– O coração está aqui pulsando, batendo forte, é muita emoção. É bem mais fácil estar lá dentro [jogando] do que aqui fora [na arquibancada]. Mas é muito orgulho. Eu conquistei minha vida como cidadão através do esporte, que tem esse poder, de transformar as pessoas, pra mim é uma das principais ferramentas de transformação social e você leva educação através do esporte. É um grande caminho e meus filhos estão seguindo – concluiu Washington.

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