“Quero ficar por muito tempo”, diz Victor Souza após renovar com Botafogo-SP

Victor foi decisivo em jogos contra Brusque e Amazonas. Nesse último defendeu um pênalti nos acréscimos, quando o placar estava 1 a 0 para o Tricolor. As boas atuações em campo e nos treinos ajudaram o goleiro no processo de renovação.

- O Toninho me procurou e falou que não teríamos problema nenhum [para negociar a renovação]. O que for bom pro Botafogo e pra minha família, está tudo certo. Eu falei: “Quero o máximo de tempo possível. Quero ficar no Botafogo por muito tempo”. Mas decidimos um ano. Vou fazer o meu melhor e quem sabe postergar por mais tempo o contrato e fazer uma carreira linda como a gente sempre desejou – afirmou ao ge.

Victor foi contratado pelo Botafogo em 2023, na janela de transferências no meio do ano. A primeira partida foi na vitória contra o ABC, fora de casa, jogo em que ele atravessou o gramado do Frasqueirão de joelhos como forma de agradecer por ter voltado a atuar depois de romper o ligamento cruzado anterior do joelho quando ainda estava no Londrina, em 2022.

No entanto, depois desse jogo, foram mais sete pelo Tricolor até nova ruptura de ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, contra o Vila Nova.

- Você não sabe o dia de amanhã. Se você vai conseguir voltar bem, se você vai performar, as pessoas de outros lugares também vão querer contar com você. O Botafogo me deu todo o suporte, me ajudou muito nisso. Eu tenho que agradecer muito aos fisioterapeutas. Me ajudaram muito junto com os médicos e principalmente no mental. É muito complicado você chegar no clube, ver os meninos de roupa de concentração, ou trocando de roupa pra ir jogar e eu de muletas, pensando que tenho no mínimo oito meses. Pra mim foi muito difícil isso, né. Muitas vezes eu chorei antes de dormir, chorei no carro, porque eu não sabia o futuro. 31 anos, na outra eu tava com 30. Em que lugar eu vou estar com 32? Eu falei: "Será que a minha carreira acabou?" Mas por meio da fé ficamos fortes.

Recuperado neste ano, Victor foi usado no time da Copa Paulista, onde fez sete partidas. Na reta final da Série B, com a lesão de João Carlos, ganhou a posição por confiança de Márcio Zanardi, algo que não ocorria com o antigo técnico, o português Paulo Gomes.

- Ele [Zanardi] trata todos os goleiros da mesma forma, algo que não vinha acontecendo. Do Brenno, que é o mais novo, tanto o João Carlos, o mais experiente. Trata a gente muito bem e ele deixou bem claro: “Faça o seu trabalho, eu te conheço, sei que teve a lesão, mas eu conheço a sua história, a sua carreira, continua fazendo o seu melhor que futebol é muito rápido” (...) um dia antes do jogo contra o Operário ele me chamou, chamou o Michael, conversou e disse que daria a oportunidade pra mim. E aí eu fiz o meu melhor. O Tedeschi me deu todo suporte, principalmente quando voltei. O Tiago, fisioterapeuta me acompanhou na transição, me preparou, o Tedeschi sempre me ajudando na Copa Paulista, falando que eu estava pronto e aí deu a oportunidade.

No meio do ano, recebeu proposta para deixar o clube e ir para Indonésia, mas não aceitou pelo carinho com o Botafogo e pelo fato de a esposa estar grávida do segundo filho do casal.

- Era muito boa financeiramente, só que eu vi a barriga dela e pensei. Aqui (Botafogo) possivelmente eu não vou jogar, tinha grandes goleiros jogando, eu não tava nem indo pra jogo, mas eu falei: “Eu quero ficar, vou permanecer até o final e enquanto tiver contrato eu quero ficar por aqui”. E aconteceu essa situação de poder jogar, ir bem e nós estávamos em oração, firmes, pensando que podíamos ficar, rezando pra dar certo. Eu recebendo propostas de outros clubes, a gente não sabia se ia ficar ou não na série B e a gente decidiu esperar. Deus nos honrou e eu acho que fui a primeira pessoa a ser procurada [para renovar] – explicou.

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