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Por João Paulo Tilio e Paulo Taroco — Paris, França


Um velocista de Angola ficou distante do pódio nos 100m em Paris, mas o "ouro" em nível nacional teve agradecimentos estendidos a um técnico brasileiro três vezes medalhista olímpico. Antes da viagem para a França, Marcos dos Santos realizou treinos em Presidente Prudente – a cerca de 560km da capital paulista –, sob a supervisão de Jayme Netto.

Nas provas realizadas no último fim de semana, Marcos dos Santos passou pela preliminar dos 100m. Ele fez 10s31 e terminou no segundo lugar da quarta série. Com isso, quebrou o recorde angolano.

O anterior também era dele (10s42) e foi estabelecido em fevereiro, após 32 anos de duração do antecedente, em vigor desde 1992, por meio do desempenho de Afonso Ferraz em Barcelona.

Marcos dos Santos, velocista angolano em Paris, estendeu agradecimentos a Jayme Netto, com quem treinou antes dos Jogos — Foto: Instagram/Reprodução

Marcos tem 20 anos e também é recordista angolano dos 200m, porém não representou o país na prova. Quanto aos 100m, ele se tornou o primeiro angolano a avançar para uma segunda etapa. Nela, ficou em sétimo lugar (10s40) e encerrou sua participação.

O ouro nos 100m ficou com Noah Lyles, dos Estados Unidos (9s79). A vitória diante do jamaicano Kishane Thompson (9s79) veio nos milésimos (784 contra 789). Fred Kerley (9s81), também dos Estados Unidos, completou o pódio.

Em entrevista ao seu clube, o Petro Luanda, o jovem velocista citou as dificuldades encontradas pela comissão angolana, por exemplo, "a falta de pessoal clínico". Por outro lado, agradeceu à diretoria do Petro por viabilizar a preparação no Oeste Paulista.

– Fiz a preparação no Brasil, durante dois meses, em um esforço que envolveu custos financeiros e muita confiança do presidente do clube – disse Marcos, citando Jayme a seguir.

Marcos dos Santos e Jayme Netto (2º e 3º, respec., da esq. p/q dir.) em treino realizado no interior paulista antes dos Jogos — Foto: TV Fronteira / Reprodução

Os treinamentos em Prudente foram realizados em meio à entrega da reforma da pista local após anos de espera. A identificação da cidade com a atletismo passa muito pelo trabalho de Jayme, intensificado no início dos Anos 90.

Ele treinou o revezamento 4x100m do Brasil bronze em 1996 e prata em 2000. O treinador ainda fez parte do time que herdou o bronze de 2008, em razão do doping jamaicano.

No decorrer dos Jogos, a TV Fronteira afiliada Globo na região – teve o treinador como personagem de um dos episódios de uma série olímpica (clique e assista).

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