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Por Leonardo Bosisio* — Presidente Prudente, SP

Beto Suniga / Pref. de Narandiba

São 17 dos seus 29 anos dedicados ao atletismo. Neste período, mudanças ocorreram. A primeira envolveu 7,5 mil km, que foi deixar o país natal, Angola, e se fixar no Brasil. Já uma novidade mais recente é a troca das provas de meio fundo para as corridas de rua. Essa alteração foi realizada no Oeste Paulista, onde ela se estabeleceu há sete anos e formou família.

Felismina Cavela está em terras brasileiras desde 2012, quando ganhou um intercâmbio da Federação Angolana de Atletismo para dar continuidade aos treinamentos para as Olimpíadas. Participou da maior competição do mundo em Londres e, na sequência, a carreira passou a ter a região de Presidente Prudente como casa.

– No Oeste Paulista, o objetivo foi o mesmo anterior, de treinar, já que daqui sempre saem os melhores. Gostei tanto da região e fiz minha família (risos).

Márcio e Enzo são os homens da vida da angolana — Foto: Arquivo Pessoal

Ela é casada com Márcio Silva, também seu treinador. O companheiro nasceu em Minas Gerais, mas já havia morado em Prudente. Depois, o casal se mudou para Indiana e retornou à maior cidade do Oeste Paulista. Da união nasceu o prudentino Enzo, de 6 anos.

A partir da chegada do filho, adaptações precisaram ser feitas na carreira. Felismina contou que a mudança das pistas para as ruas ocorreu por falta de patrocínio.

– Quando me tornei mãe, fiquei sem nenhum apoio, por isso optei pela corrida de rua, para manter a mim e a minha família.

Nas dificuldades, ela encontrou soluções. Foi campeã, em 2018, da Meia Maratona Internacional das 3 Fronteiras, que começa no Paraguai, passa pelo Brasil e termina na Argentina. No mesmo ano, participou da Meia Maratona de Toledo, no Paraná.

Felismina conquistou o título na corrida de 7km em Narandiba — Foto: Beto Suniga / Prefeitura de Narandiba

No ano passado, encarou apenas três competições devido à pandemia. Conquistou o segundo lugar nas provas em comemoração aos 104 anos de Presidente Prudente e em Florestópolis (PR) e o terceiro em Manduri (SP).

O ritmo de pódios segue na atual temporada. No mês passado, Felismina alcançou o título na disputa em comemoração ao aniversário de Narandiba. Sobre os planos para o restante do ano, vem aí mais uma novidade na carreira?

– A meta é tentar participar em competições de pista, se assim Deus permitir.

Mais sobre a carreira

Nos Jogos Olímpicos de 2012, a angolana competiu nos 800m. A marca de 2m10s95 não foi suficiente para levá-la à final. O ouro ficou com a sul-africana Caster Semenya, dona do tempo de 1m57s23.

Na primeira competição da carreira, ela conquistou a prata durante a Copa da África Austral, na categoria júnior, em Moçambique, em 2010. Também tem na galeria medalhas nos Jogos da Lusofonia, na edição de 2014, na Índia. Esta é uma competição entre países de língua portuguesa.

Delegação de Angola na Copa da África Austral, em 2010 — Foto: Arquivo Pessoal

Outras competições internacionais no currículo:

  • 800m e 1.500m no Ibero-Americano, no Rio de Janeiro, em 2016
  • 1.500m no Campeonato Africano, no Marrocos, em 2014
  • 800m e 1.500m no Ibero-Americano, em São Paulo, em 2014
  • 800m e 1.500m no Ibero-Americano, na Venezuela, em 2012
  • 800m e 1.500m no Africano de Juniores, em Botsuana, em 2011

*Colaborou sob a supervisão de João Paulo Tilio.

Felismina com suas medalhas nos Jogos da Lusofonia, na Índia — Foto: Arquivo Pessoal

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