Kerolin se emociona em show da Ludmilla após prata em Paris 2024
O show de Ludmilla na festa pela prata olímpica da seleção feminina de futebol não será esquecido tão cedo pela atacante Kerolin. Fã da cantora, ela chorou de emoção depois que ganhou um abraço no começo da apresentação (veja no vídeo acima).
Kerolin compartilhou os momentos nas redes sociais. Em uma das fotos com Ludmilla, escreveu: "Sem palavras para esse momento".
O evento aconteceu na última segunda-feira, em um clube na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro e também teve a participação da cantora Marvvila. Além das jogadoras e integrantes da comissão técnica do Brasil, familiares, amigos e funcionários da CBF foram convidados.
A CBF aproveitou o momento para incluir as pioneiras do futebol feminino do Brasil nas homenagens. A entidade reuniu 11 ex-jogadoras que representaram o país nas primeiras competições da modalidade: Ritinha, Fia, Cebola, Marisa, Russa, Ana Banana, Fanta, Sandra, Pelézinha, Lêda Maria e Danda.
Seleção feminina celebra prata em festa com show de Ludmilla
A história de Kerolin até a prata olímpica
Medalhista olímpica com a seleção feminina de futebol, a atacante Kerolin ficou muito perto de ter o sonho de ser jogadora de futebol interrompido quando ainda era criança. Antes de chegar ao pódio com a seleção neste sábado, a atacante enfrentou uma infecção que quase a fez perder uma perna e precisou ter muita força de vontade e dedicação para não desistir dos treinos.
Aos 12 anos, Kerolin começou a sentir muita dor na perna direita quanto ainda jogava futebol com os meninos pelas ruas de Campinas. No hospital, um diagnóstico assustou: estava com osteomielite, uma infecção no osso. Por causa disso, Kerolin correu o risco de precisar amputar a perna direita.
– Para mim, naquela idade, foi assustador. Passei três meses em um hospital com a minha mãe. Eu não sabia o que poderia acontecer comigo, só queria estar com minha família. Minha mãe ia trabalhar e voltava para o hospital. Essa era a rotina dela todos os dias. Ela que me deu força para continuar acreditando que iria sair daquela situação. Me disseram também que eu poderia ter perdido minha perna e que tive muita sorte. Isso me fez acreditar que eu poderia voltar a jogar. Nunca pensei em desistir, pois tinha que superar o medo e voltar a fazer o que mais gostava – disse em entrevista ao ge em 2022.
E esse não foi o único desafio que a jogadora enfrentou para começar a carreira. Tatiane Israel, mãe de Kerolin, relembra o esforço que a filha precisava fazer para chegar à escolinha de futebol. Na época, a família morava em uma fazenda de difícil acesso, distante da zona urbana.
– A gente morava em uma fazenda muito longe e, quando ela começou a treinar, tinha que atravessar a rodovia Anhanguera para chegar lá. Às vezes, a gente subia de transporte com o meu ex-marido e ele deixava ela na escola e eu no serviço. Depois da escola, ela descia um tanto a pé para chegar na escolinha de futebol. Na maioria das vezes, ela voltava à pé, demorava uns 40 minutos. O acesso para chegar na fazenda era difícil e essa era a alternativa que a gente tinha – recorda a mãe.
Quando começou a treinar em Valinhos, cidade que fica ao lado de Campinas, Tatiane relembra que mais um obstáculo surgiu.
– Muitas vezes, não tinha dinheiro da passagem. Ela pedia carona no ônibus, pedia a passagem para um amigo nosso, mas dava um jeito, sempre dava um jeito de ir e nunca faltou. De qualquer forma ela ia.
Apesar das dificuldades, a mãe de Kerolin destaca que a filha sempre se manteve motivada.
– Quando ela treinava, mesmo com a dificuldade, estava sempre motivada, alegre, com um sorrisão no rosto.
Depois de receber a medalha, a atacante postou em uma rede social uma foto da mãe com a medalha com o texto: “Alô mamissss, somos medalhistas olímpica. Sem acreditar que isso está acontecendo, mas Deus honra os teus”. Veja a foto abaixo.
Kerolin, que marcou um dos gols da vitória na semifinal contra a Espanha, nem chegou a ser relacionada para a decisão olímpica. Embora não tenha sido confirmado pela CBF, uma lesão pode ter tirado a atacante da final.
Em outubro do ano passado, Kerolin sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) e precisou correr contra o tempo para se recuperar e ser convocada pelo treinador Arthur Elias.
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