Entenda a polêmica que impede o Mog
O presidente do Mogi Mirim, Luiz Henrique de Oliveira, quebrou o silêncio em entrevista exclusiva ao repórter Gustavo Biano, da EPTV Campinas, afiliada da Rede Globo. Suspenso pela CBF das funções esportivas por falta de pagamento de taxas obrigatórias, ele ainda responde administrativamente pelo clube e deu sua versão sobre o caos instalado no Sapão.
Oliveira optou por gravar em Campinas alegando estar proibido de entrar nas dependências do clube. Além de se defender das acusações dos atuais gestores do Mogi, Luiz Henrique de Oliveira revelou que negocia a venda do Estádio Vail Chaves.
Segundo o dirigente, a medida é a única solução para salvar o Mogi da falência. Ele diz que conversa com dois grupos e que tem como modelo o projeto entre Guarani e Grupo Magnum envolvendo o Brinco de Ouro.
- Estamos conversando para aplicar o mesmo modelo do Guarani. A ideia é construir um shopping na área do clube e receber em troca uma arena nova menor, para pagar quem deve no mercado e tentar reorganizar e ressurgir o Mogi Mirim.
O terreno do Vail Chaves foi doado no passado pelo governo de São Paulo ao Mogi Mirim com a determinação de ser usado apenas para a prática esportiva. Mas Oliveira garante que a resolução caiu em 2015.
- Embora tenha sido doada, houve a revogação. A área pertence ao Mogi e pode ser vendida. Estamos em reunião com dois grupos e vamos fazer mais alguns encontros para levar adiante esse projeto.
Uma reportagem do EPTV1 mostrou no último sábado a realidade do Mogi, com o CT abandonado - o matagal praticamente encobre a trave, sem nenhuma competição oficial no calendário de 2019, além de uma briga judicial que se arrasta há tempos e conduziu o clube ao fundo do poço.
Um relatório da Comissão da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mogi Mirim sobre as pendências judiciais do Mogi aponta que existem quase 200 processos contra o clube, entre ações cíveis, fiscais e trabalhistas.
Luiz esteve à frente do futebol do Mogi de julho de 2015 ao fim de 2017. Em maio do ano passado, firmou uma parceria com empresários coreanos, mas as partes travam na Justiça uma disputa pelo comando do clube desde então.
De acordo com Oliveira, o contrato chegou a ser assinado, mas o pagamento não foi feito pelos coreanos. Como prevê uma das cláusulas do documento apresentado à reportagem, nesse caso a rescisão é automática.
- Esse dinheiro só viria quando mandassem o contrato assinado para a Coreia do Sul. Conforme trouxessem dinheiro, o contrato valeria. Isso foi em maio. Passaram-se alguns dias e não veio o dinheiro.
Os gestores acusam Luiz Henrique de ter pedido dinheiro por fora para participar do Conselho Arbitral e assinar a documentação para o clube participar da Segundona (quarta divisão do futebol paulista). O presidente rebate a denúncia.
- Não aconteceu. Algumas guias ficaram na Federação Paulista de Futebol e fiz os pagamentos através da minha empresa. Nesses quatro anos nunca pedi dinheiro, não é do meu perfil. Corrupção, caixa 2, falcatruas, negociatas não existem no meu vocabulário e vou tomar as medidas cabíveis.
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