O Inter passou mais uma temporada em branco na questão de títulos. Porém, pelo cenário apresentado durante o ano, agravado por uma tragédia climática no Rio Grande do Sul, o torcedor terminou 2024 com mínimos motivos para sorrir.
A equipe colecionou eliminações precoces em todos os mata-matas que disputou. Já no Campeonato Brasileiro, o Colorado chegou a ter 16 jogos de invencibilidade, sonhou com o título e garantiu vaga direta na fase de grupos da Conmebol Libertadores 2025.
- Relembre destaques do Inter em 2024:
Promessa de título
Na apresentação do elenco para a temporada, o presidente Alessandro Barcellos adotou discurso otimista. Às vésperas do início do Gauchão, torneio que o Inter não vence desde 2016, o mandatário foi afirmativo ao declarar que o time voltaria a ser campeão estadual.
– Agora já no Campeonato Gaúcho que nós vamos voltar a ser campeões – cravou Barcellos, após citar a importância do apoio da torcida.
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Reforços com pompa
Com o objetivo de um elenco forte, especialmente para brigar pelo título brasileiro, o Inter contratou nomes de empolgar a torcida. Prova disso foi a recepção a alguns atletas no aeroporto, como o zagueiro Robert Renan, o centroavante Alario e, principalmente, Rafael Borré, principal reforço do clube para 2024. O colombiano chegou depois dos demais, em março.
Borré é recebido por milhares de torcedores do Inter no desembarque em Porto Alegre
Queda no Gauchão com cavadinha
A primeira chance de título escapou ainda na semifinal. Contra o Juventude, após dois empates, a vaga foi definida nos pênaltis. Já nas cobranças alternadas, Robert Renan tentou uma cavadinha, mas mandou nas mãos do goleiro Gabriel, e o Inter foi eliminado em pleno Beira-Rio. Pelo terceiro ano seguido, o time sequer chegou à final do Gauchão.
Robert Renan tenta cavadinha e perde pênalti em jogo decisivo contra o Juventude
Enchente
Entre o fim de abril e início de maio, fortes chuvas atingiram diversas regiões do Rio Grande do Sul, gerando inundações. No caso do Inter, o CT Parque Gigante ficou submerso, e o estádio Beira-Rio afetado nas estruturas internas e no gramado, completamente tomado pela água.
No auge da tragédia, jogadores auxiliaram as vítimas, até mesmo em resgates, como o volante Thiago Maia, que até lhe rendeu prêmio de Fair Play da Fifa. O elenco colorado voltou às atividades após 12 dias, inicialmente no complexo de uma universidade em Porto Alegre.
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Itinerante e reconstrução
Sem as estruturas disponíveis em Porto Alegre, o Inter passou a treinar no CT da base, na cidade de Alvorada. Os jogos como mandante também precisaram ser em outros locais, e o time atuou "em casa" em Barueri, Caxias do Sul, Florianópolis e Criciúma.
A volta ao Beira-Rio ocorreu depois de 70 dias. Já o CT Parque Gigante, localizado ao lado do Guaíba, ficou mais tempo abaixo d'água e demorou mais a ser reconstruído. O elenco retornou ao local após quase quatro meses. O clube estimou em R$ 89 milhões os prejuízos pela enchente.
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Coudet se vá
O retorno do Inter ao Beira-Rio foi com derrota, para o Vasco, já em um momento de baixa da equipe. No compromisso seguinte, também em casa, derrota para o Juventude no duelo de ida da 3ª fase da Copa do Brasil. Foi o fim da linha para o técnico Eduardo Coudet.
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De algoz a substituto
O nome de Roger Machado ganhou força para assumir o time, mas o treinador estava empregado justamente no Juventude, rival na Copa do Brasil. O Inter foi eliminado com empate na volta, no Alfredo Jaconi. O interino Pablo Fernandez foi o comandante, assim como na ida da repescagem da Sul-Americana, em derrota para o Rosario Central.
Roger, enfim, foi anunciado em 18 de julho, oito dias após a demissão de Coudet. Responsável por eliminar o Inter do Gauchão e da Copa do Brasil, o técnico chegou sob desconfiança pelo histórico no rival Grêmio.
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Início conturbado
O começo da "era Roger" no Inter foi difícil. O desafio da estreia foi o Botafogo, já líder do Brasileirão, no Nilton Santos: derrota por 1 a 0. Na estreia no Beira-Rio, empate com o Rosario e mais uma eliminação colorada. O time ainda teve outros três empates seguidos até finalmente conquistar a primeira vitória, contra o Juventude, ex-clube de Roger.
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Arrancada histórica
Depois da primeira vitória, o Inter voltou a tropeçar, diante do lanterna Atlético-GO, mas depois engatou uma sequência inédita. Foram 16 jogos de invencibilidade (12 vitórias e quatro empates), a maior do time na era dos pontos corridos. Da segunda página ao sonho do título brasileiro.
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Sonho adiado
Até a antepenúltima rodada, o Inter tinha chances matemáticas de título, embora a distância para o Botafogo ainda fosse considerável – haveria confronto direto, no Beira-Rio, na penúltima rodada. Porém, uma derrota para o Flamengo no Maracanã encerrou não apenas a série invicta, como também as probabilidades de findar o jejum no Brasileirão em 2024.
O quinto lugar, com 65 pontos, porém, garantiu o Inter diretamente na fase de grupos da Libertadores. Longe de ser um grande prêmio para as pretensões do clube no início da temporada, mas a ser celebrado pelo que o cenário que se desenhou em um ano totalmente atípico.
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