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Por Tomás Hammes — Porto Alegre


Há vida sem Alan Patrick? O capitão do Inter é a referência, mas, para o time reencontrar o caminho dos títulos, precisa soluções para suprir sua ausência ou dividir o protagonismo. Roger Machado já vislumbra situações para aumentar o repertório na próxima temporada.

O treinador chegou em julho e, após um início conturbado, conseguiu implementar o modelo de jogo. O grupo assimilou as ideias, engrenou, a ponto de ficar 16 partidas sem perder e sonhou com a conquista do Brasileirão.

Vieram duas derrotas nos últimos dois compromissos (3 a 2 para o Flamengo e 1 a 0 para o Botafogo), o que limou as chances de taça.

Roger Machado analisa opções de jogadores na ausência de Alan Patrick

Roger Machado analisa opções de jogadores na ausência de Alan Patrick

A qualidade dos rivais cariocas mostrou a necessidade de novas formas de atuar. Diante do atual campeão da Conmebol Libertadores, o Colorado não contou com Alan Patrick, que tem lesão muscular na coxa.

Roger montou o time com uma dupla de volantes formada por Rômulo e Bruno Henrique; Bruno Tabata na ponta direita; Wesley na esquerda; Borré e Valencia juntos no ataque. O Inter lutou e teve volume, mas encontrou dificuldades para furar o bloqueio.

Substituir o camisa 10 é tarefa inglória, mas Roger avalia maneiras de como minimizar o impacto. A nova temporada e mais tempo para treinar lhe permitem analisar formas de como encarar os futuros desafios.

– Mesmo com orçamentos maiores, é difícil ter dois Alan Patrick. Quando um não joga, você tem problema. Precisamos trabalhar alternativas, criar outros modelos de estrutura para não depender exclusivamente desse meia – avalia o técnico.

Como o Alan Patrick, hoje no Brasil há o Matheus Pereira, o Raphael Veiga, que é mais um meia-atacante, e o Garro, que tem mais passe de último terço, finalização, pisa na área. Eles são raros.
— Roger Machado
Roger Machado fala sobre Borré e Valencia atuando juntos no Inter

Roger Machado fala sobre Borré e Valencia atuando juntos no Inter

Gabriel Carvalho é o jogador com características mais parecidas ao capitão. O garoto de 17 anos também atua como armador. Porém, Roger tem preferido utilizá-lo na ponta direita, na disputa de posição com Bruno Tabata.

Roger entende que o meia consegue cumprir a função, mas será necessário um ajuste no sistema. O que também demanda tempo de trabalho. O técnico abre margem para atuar sem pontas no futuro, com um sistema mais fortalecido para dar liberdade aos homens de frente.

– Como estrutura básica, é preciso mais tempo de trabalho para consolidar. Se quiser manter, posso abrir um losango no meio. Dá para fazer, mas terei de jogar sem pontas, porque não consigo equilibrar defensivamente sem mexer na estrutura base e fortalecer um pouco mais – diz Roger.

Roger Machado observa movimentação em treino do Inter — Foto: Ricardo Duarte / Internacional

Outra missão será conseguir acertar a formação para que Valencia e Borré atuem juntos. A dupla foi parceira contra o Botafogo, mas sofreu para superar o bloqueio defensivo. Há necessidade de montar um modelo para estar protegido atrás e municiá-los.

– À medida que a gente perdeu o Alan, era justamente fazer com que tanto Wesley quanto Tabata se revezassem não como meias centralizados, mas atuando nos meio-corredores. E Borré, que gosta de flutuar, pudesse ser um meia de passagem, porque ele consegue reter a bola com qualidade para permitir que no desequilíbrio de algum dos zagueiros o Valencia pudesse atacar as costas na sua principal virtude – completa o treinador.

Penso que a estrutura funcionou. Precisa de ajustes, obviamente. Mas fiquei satisfeito com a quantidade de oportunidades que criamos com os dois na frente e a flutuação de Wesley e Tabata.
— Roger Machado, técnico do Inter

Provavelmente sem oito jogadores, Roger estuda como montar o Inter para o último desafio em 2024. No domingo, às 16h, enfrenta o Fortaleza no Castelão. Em jogo, a quarta posição no Brasileirão.

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