Gabriel procura desfrutar de cada minuto em campo pelo Inter, mesmo que sejam poucos. Foram nove meses afastado por conta de uma lesão no joelho direito até ele voltar a ficar à disposição, em meados de julho. De volta, ele tem dado uma resposta positiva a cada oportunidade e agora tem um novo sonho: conquistar a Conmebol Libertadores.
Exclusivo no GE: bate-papo com o Gabriel Ruf Ruf
A lesão, sofrida em uma partida contra o Santos, foi um baque para o camisa 23. Ele vinha de uma temporada de alta, titular e um dos pilares da equipe que terminou 2022 como vice-campeã brasileira. Desde o retorno, ainda com Mano Menezes no comando, tenta retomar o mesmo protagonismo no time, agora com Eduardo Coudet, mas sem deixar de ajudar fora de campo, no papel de uma das lideranças de vestiário.
Dias após a classificação para as semifinais, o jogador de 31 anos recebeu a reportagem do ge para uma entrevista no CT do Parque Gigante. Falou sobre o tempo afastado, a retomada e, claro, Libertadores. Feliz pelo novo momento, vê o time como "fome" para encarar o Fluminense e chegar à decisão com boas chances de levantar a taça no dia 4 de novembro, no Maracanã.
– Eu vejo fome, dedicação, humildade. Há fome de vencer. É uma das nossas marcas.
Confira os principais trechos da entrevista:
ge - Você voltou a jogar recentemente após uma longa parada. Como tem se sentido?
Gabriel - É diferente. Fiquei nove meses sem jogar. Até voltar 100%, requer mais tempo. Cobro-me muito, mas preciso ter paciência com o corpo. Sou muito bem tratado aqui. Estou cada dia mais solto, com confiança, leve, com tempo de bola. No ano passado, jogava todas em um nível alto. Isso chegará no momento certo. Jogo, minutos, tempo. O controle de carga tem sido controlado. Quando puder ajudar, estarei preparado.
Mesmo afastado, você permaneceu conectado com o Inter. Como foi esse período?
Foi bem complicado. Parece que passou em câmera lenta. Só quem vive mesmo sabe a dificuldade que é, a luta diária. Você precisa começar do zero. Foi um baque, mas sempre tive uma força mental muito forte. Mesmo baqueado, tentei tirar forças e ajudar o grupo no vestiário da forma como podia. Hoje já consegui virar a chave, posso ajudar em campo e começar uma partida. Foi um processo diferente. Não foi fácil, mas tirei muitas lições. Valorizo cada minuto aqui.
Você é considerado uma das lideranças do vestiário e nos bastidores é citado como exemplo.
Vai muito do perfil de cada um. Alguns são mais retraídos e falam menos. Outros se expõem. O grupo assimila. É legal. Já passei por muita coisa, vivi muito o vestiário e posso ajudar. O principal é o campo. O que faz ali, como se dedica para treinar. É isso o que cobramos no vestiário. Não só ficar da boca para fora, mas o cara ver o que você fala. A atitude no dia a dia é muito forte. A voz no vestiário será só um lembrete. Nosso grupo é muito bom, experiente e já passou por muitas situações.
Lesão de Gabriel o afastou por nove meses no Inter
O que mudou com a chegada do Eduardo Coudet?
Mudaram algumas situações em formação tática. Mano (Menezes) e o Chacho têm ideias diferentes. Não é dar mérito ou tirar. Cada um tem sua história e forma de trabalhar. Temos que nos adaptar o mais rápido possível. A equipe vem bem, entendeu a ideia. Tivemos dificuldades no começo, mas engrenamos. Agora estamos sendo premiados com a semifinal (da Libertadores), mas nosso objetivo é só um: ser campeão.
Números de Gabriel desde o retorno
- 9 jogos
- 6 partidas como titular
- 2 cartões amarelos
- 482 minutos em campo
Falando em semifinais, o que esperar desses confrontos contra o Fluminense?
É uma grande equipe, bem treinada pelo (Fernando) Diniz. Sabemos a dificuldade do jogo. É uma semifinal da Libertadores e quem chegou tem méritos. Nos conhecemos e não podemos ser pegos de surpresa. Estudar bem o adversário. Eles têm uma forma diferente de jogar e precisamos estar preparados para todas as situações.
O time amadureceu durante a Libertadores?
Tem criado casca. À medida que passamos de fases, isso aumenta. O caminho fica mais curto ao objetivo. Dá ânimo e vemos com mais realidade a reta final. Nosso grupo é experiente. Independente de quem entra, ajuda bastante. Há uma competitividade grande, o que é importante. O time mantém o nível, até melhora. Para ser campeão, você precisa de um grupo e não apenas 11 jogadores. Estamos no caminho certo, mas temos os pés no chão. Não ganhamos nada. Temos muito a fazer até o objetivo, mas o grupo está bem e sinto algo bom aqui.
A torcida está empolgada com a campanha e acredita no título. Como isso chega até vocês?
Estamos bem focados. Felizes, lógico! Mas para ficarmos 100% realizados só com o título. Falta pouco. Isso já não nos pega de surpresa. Desde os matas, tínhamos que apertar o passo. Sabíamos as dificuldades que teríamos na caminhada. O grupo está concentrado para fazer uma grande semifinal e garantir a vaga à final, que seria especial.
O que pode ser o diferencial desse grupo para a conquista?
Eu vejo fome, dedicação e humildade. Há fome de vencer. É uma das nossas marcas. Eu sempre tento frisar onde estou. Não podemos ter preguiça para nada.
Ruf, Ruf! Gabriel vira capitão e líder no Inter
O Inter está há bastante tempo sem uma grande conquista. Isso traz pressão? Como vocês lidam com a chance de quebrar esse jejum?
Sei desde que pisei no Inter o que carrega pelos últimos anos. Um clube gigante, com um peso enorme e precisa ganhar títulos. É o que sustenta. Você passa no corredor e vê os títulos que o Inter tem. Sabemos que podemos fazer parte desta história. Falo em conquistas desde quando cheguei. Estamos em um processo. Somos semifinalistas, a três jogos... É uma construção que veio lá de trás, da montagem do grupo, quem está aqui no dia a dia, os funcionários. Estes elementos nos tornam mais fortes para buscar o objetivo.
Caso o Inter seja campeão da Libertadores, o que significaria essa conquista para você?
Seria especial. Uma das mais importantes da minha carreira. Ganhar uma Libertadores, chegar a um Mundial. Algo diferente. Estamos bem focados. Não é só a Libertadores. Sabemos que precisamos ganhar o Brasileirão, o estadual. Somos bem conscientes do que tem ocorrido. A nossa realidade está nestes três jogos da Libertadores. É o que está mais perto. Mas não deixamos de lado o Brasileirão. É muito competitivo e precisamos pontuar. Até porque dá vaga à próxima Libertadores.
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