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Por Felipe Sáles — Campos dos Goytacazes


Estádio do Americano tem previsão para ser entregue em fevereiro de 2021 — Foto: Divulgação/Americano

Se o som das torcidas ainda não tem previsão para voltar a acontecer, o barulho que predomina hoje é o das máquinas trabalhando nos estádios do Americano (ainda em construção) e do Goytacaz, em Campos dos Goytacazes, no Norte do Rio. Apesar do ruído em comum, os dois clubes vivem momentos bem diferentes: enquanto o alvianil vem aproveitando para fazer uma ampla reforma em suas estruturas, o alvinegro tem uma nova data de entrega da obra - anteriormente, prevista para este mês.

O diretor de planejamento e finanças do Americano, Davi Fernandes, explica que houve uma repactuação do contrato no ano passado, prevendo a conclusão da obra para este mês, prorrogáveis por mais 180 dias. Com isso, a nova data de entrega - um sonho da torcida desde 2014, quando o estádio Godofredo Cruz foi vendido -, ficou para fevereiro de 2021.

- A pandemia atrasou um pouco os planos: apesar da obra ter ficado parada por apenas uma semana, tivemos que diminuir o número de funcionários para nos adequarmos ao decreto municipal que rege o funcionamento da construção civil no município. Atualmente a Imbeg, responsável pela obra, tem cerca de 30 operários no local - disse Davi.

O estádio alvinegro terá capacidade para 8 mil torcedores. As arquibancadas já estão quase prontas — Foto: Divulgação/Americano

O diretor afirma que as arquibancadas e os vestiários estão quase prontos, e a obra começou a entrar na fase final de acabamentos, com louças e metais. Além da parte elétrica e sanitária, carecem de conclusão espaços como o hall de entrada da torcida e a cobertura da área social, já encomendada. O diretor do clube comparou as futuras estruturas com as do Estádio Nilton Santos, do Botafogo, na capital fluminense. O estádio alvinegro terá capacidade para 8 mil torcedores.

- O contrato prevê que se a Imbeg (responsável pelo empreendimento) atrasar a entrega, terá de nos pagar uma multa mensal que gira entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. Esse valor foi calculado de acordo com o custo que teríamos para enviar os jogos para outros locais. Já a sede social tem entrega prevista para 2023, porque nossa prioridade é o estádio - afirma.

O Americano também se viu obrigado a implantar uma estação de tratamento própria, já que o Parque Aeroporto, onde fica o estádio, não tem saneamento básico. A água, por exemplo, é de poço artesiano. A Prefeitura de Campos informou que a concessionária Águas do Paraíba, responsável pelo tratamento de água e esgoto da cidade, prevê instalar a rede no bairro em 2021.

Aryzão de visual novo

Goyta aproveitou a pandemia da covid-19 para reformar o Aryzão, em Campos dos Goytacazes — Foto: Divulgação/Goytacaz

Já o Goytacaz aproveitou a pandemia para dar um tapa no visual do Ary de Oliveira e Souza, o Aryzão. Com o apoio da empresa G7, que tem entre os sócios o tetracampeão Bebeto, o estádio recebeu novas pinturas e cadeiras cativas, e já concluiu a reforma do vestiário do visitante.

Nas semanas seguintes será a vez dos vestiários dos jogadores alvianis e dos juízes. O presidente do clube, Dartagnan Fernandes, disse que a obra não necessariamente está atrelada à presença dos torcedores.

- A obra independe do público. A reforma é necessária para acolher os jogadores da melhor forma possível. Estamos deixando um legado para quando tudo isso passar, mas acredito que, infelizmente, a torcida ainda não deve voltar neste ano - afirmou.

O Goyta se prepara para jogar a série B1, tendo como principal contratação o volante Willians, campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009.

Segundo a Ferj, a data de início do campeonato ainda não foi confirmada, mas a previsão é de que seja na primeira quinzena de setembro. Ou seja, faltaria cerca de um mês para a estreia, e o problema maior é que a prefeitura de Campos não autorizou sequer a volta aos treinamentos.

Em nota, o município disse apenas que não existe previsão, e que a liberação depende dos avanços no combate à Covid-19. Apesar dos treinos não estarem liberados, a prefeitura já autorizou a reabertura do comércio, de bares e restaurantes e até dos shoppings - além da construção civil, liberada desde 3 de abril, e que hoje é a única responsável pelo som que ecoa das arquibancadas campistas.

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