Demorou, mas, enfim, a Prefeitura de Campos, no Norte Fluminense, autorizou a volta aos treinamentos dos clubes de futebol profissional da cidade. A decisão foi tomada na noite desta segunda-feira em reunião do Gabinete de Crise do município e representantes dos clubes que disputam a série B1 do Campeonato Carioca. Mas, superado um problema, as diretorias já têm outro desafio pela frente: viabilizar o custo semanal dos exames, que gira em torno de R$ 7 mil a R$ 8 mil.
A prefeitura avaliava há cerca de uma semana, o protocolo "Jogo Seguro", proposto pela Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj). A Vigilância Sanitária do município fez visitas às sedes dos clubes, e verificou a necessidade de adequações.
- A equipe técnica municipal precisou adequar o protocolo da Ferj à realidade local, assim como ao cumprimento de medidas que se fazem necessárias ao momento pandêmico. Entre as adequações, está a realização de teste do PCR-RT em todos os envolvidos. Este teste possui maior confiabilidade neste momento de pandemia - afirmou o subsecretário de Governo, Fábio Bastos.
Além do PCR-RT, jogadores, técnicos, comissões técnicas e diretorias dos clubes deverão fazer testes rápidos uma vez por semana, assim como devem adotar ainda medidas de confinamento e isolamento. O prazo dado para os clubes se adaptarem é de 30 dias, tempo superior ao início do campeonato, marcado para daqui a 20 dias.
- Algumas medidas pontuais já estão sendo realizadas pelos clubes, mas esse prazo é para que todas as adequações possam ser cumpridas de forma correta, de acordo com as normas da Vigilância Sanitária e para a segurança de todos - concluiu Bastos.
Goyta e Roxinho buscam parcerias
O problema agora é o custo do protocolo, numa realidade de crise econômica no lastro de clubes já combalidos financeiramente. O Goytacaz tinha viagem marcada para Cardoso Moreira nesta terça-feira, onde faria o primeiro treino para a estreia do campeonato. Mas a viagem foi cancelada após a decisão da prefeitura, e um laboratório contratado pelo clube já está visitando a equipe num hotel da cidade. Os resultados saem às 9h desta quarta.
O presidente do clube, Dartagnan Fernandes, ainda busca soluções para conseguir arcar com os custos no decorrer da temporada.
- São de R$ 7 mil a R$ 8 mil por semana, o que inviabiliza qualquer clube. São quatro rodadas de testes por mês, de jogadores e comissão técnica, sem contar o hotel em quartos individuais. Por isso, estamos buscando uma parceria para pelo menos custear os testes, e esperamos fechar até a semana que vem - afirmou o presidente do Goytacaz.
Já o Campos Atlético ainda tenta viabilizar o PCR-RT, e a expectativa é de que seja realizado na semana que vem. Mas o presidente do Roxinho, Márcio Reinaldo, não descarta recorrer a uma vaquinha para conseguir arcar com os novos custos do futebol em tempos de pandemia.
- No momento, estamos fazendo uma busca de preços para o PCR-RT. Espero que no mais tardar na semana que vem, a gente já consiga começar a treinar. Ainda não decidimos como vamos financiar os testes semanais. Uma possibilidade é fazer vaquinha entre torcedores ou diretores, ou quem sabe uma permuta com alguma empresa ou laboratório - afirma o presidente.
A estreia tanto do Roxinho quanto do Goytacaz está prevista para o dia 19 ou 20 deste mês, em data ainda a ser definida pela Ferj. Ambos são os mandantes do primeiro jogo, respectivamente contra Angra dos Reis e São Gonçalo, mas os locais das partidas ainda não foram definidos. Caso algum clube não entre em campo, o regulamento da Ferj ainda prevê multa aos clubes.
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