Fundada em 2003, a Associação Petrolinense de Atletismo (APA) começou com o simples objetivo de organizar um grupo de corredores da cidade de Petrolina. Aos poucos, a instituição foi crescendo, atraindo outros participantes e ultrapassando as fronteiras do Sertão de Pernambuco. Pela instituição, já passaram mais de mil pessoas, entre atletas e paratletas. Um trabalho de 15 anos que rendeu centenas de medalhas e o respeito dentro e fora do Brasil.
Para o diretor e treinador da APA, Marciano Barros, um dos pioneiros da equipe, o crescimento da instituição nesses 15 anos é notório, com um saldo bastante positivo.
– A instituição chegou a um nível que nem nós esperávamos. Ela tomou uma dimensão tão grande nesses seguimentos olímpico e paralímpico. E nós que sonhávamos em ter um atleta ali nas principais corridas do Brasil, conseguimos ver atletas nas principais corridas de rua do país e a equipe como destaque de uma forma geral nas principais competições a nível nacional e também, na dimensão que a equipe tomou, internacional – afirma Marciano.
Em 15 anos, Marciano conta que foi possível guardar inúmeras boas lembranças com a APA. Uma delas, veio antes mesmo da equipe ser fundada. Em 2002, a medalha conquista por André Luiz, nos Jogos Escolares Brasileiro, serviu como combustível para a criação da Associação.
– A medalha do André Luiz foi um marco importante pra gente. Também tivemos a vitória de Edson Amaro na Meia-maratona Internacional de Salvador, em cima do Marcorin, que hoje é o segundo melhor atleta do mundo em maratonas. Entre tantas vitórias que tivemos aqui na própria Meia-maratona Tiradentes, onde conseguimos vencer com atletas diferentes. A Maratona Internacional de São Paulo, uma prova transmitida pela Globo, a gente acompanhando a nossa camisa da APA lá na frente. Os jogos Parapan-Americanos, com o Francisco Daniel sendo recordista no México. São muitas conquistas que deixaram marcadas todas essas lembranças que nós estamos tendo dentro da APA.
Através da APA, pessoas com e sem deficiência tiveram a chance de descobrir o esporte. Hoje, a instituição conta com 100 integrantes, dos quais 30 são paratletas. Em seus quadros, estão nomes como Edson Amaro, terceiro colocado da Maratona do Rio, em 2015, e Francisco Daniel, campeão Parapan-Americano, em 2011, no México.
– Eu vejo que eles estão conquistando aquilo que, por falta de apoio na cidade, eu não consegui. Eu acho que essa abertura de possibilidade, tanto pro olímpico como pro paralímpico, é o grande marco da APA, a maior vitória que a APA tem é essa abertura de possibilidade. Você tirar o deficiente de dentro de casa, excluído pelas pessoas de dentro de casa mesmo, que não acreditavam no potencial dessas pessoas. E hoje, quando a gente anda na rua, fica ali observando se, de repente, não tem uma pessoa com deficiência que a gente possa trazer para o meio paralímpico. Enquanto os outros enxergam limitação, a gente vê possibilidade – diz Marciano.
Com o auxílio de Natanael Barros, irmão de Marciano, que cuida da parte burocrática da APA, a associação está atraindo parceiros que ajudam no crescimento esportivo da equipe. Um crescimento que Marciano espera que nos próximos 15 anos gere mais frutos.
– Pretendo ver a APA daqui a 15 anos se mantendo como uma das melhores equipes de rua, de pista, paralímpico do país. Quero ver a APA nas olimpíadas. Esse é o grande sonho de quem faz o esporte olímpico e paralímpico é ver seus atletas recompensados estando em uma olimpíada.
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