Em 2003, o ex-atacante Ferrugem viveu a melhor fase da carreira. Vestindo a camisa do Petrolina, ele se destacou no Campeonato Pernambucano daquele ano, sendo, inclusive, eleito o craque do time sertanejo. O bom desempenho nas quatro linhas foi reconhecido em forma de troféu. Durante muito tempo, a premiação ficou exposta na sala da casa do ex-jogador como sinal de orgulho.
Casado e pai de três filhos, Ferrugem e a esposa abriram uma pequena lanchonete na cidade Saúde, no interior da Bahia, após o ex-jogador perder o emprego que tinha na prefeitura, no final do ano passado. Para aumentar a produção e atender a demanda dos clientes, o ex-atacante decidiu abrir mão do troféu que, durante 18 anos, foi a marca de sua passagem pelo mundo do futebol.
– Olhei para o troféu que fica na estante da sala e tive a ideia de fazer um leilão virtual, para ver se consigo a máquina de coxinha e a moto, que quero usar para fazer as entregas. Sempre tem um torcedor fanático que gosta de colecionar. Esse troféu é muito importante – afirma.
Segundo Ferrugem, a possível venda do troféu não apaga a história que ele construiu dentro dos gramados.
– Eu não vou utilizar a verba para uma coisa banal, é um investimento. Foi a única maneira que pensei na hora.
O troféu recebido por Ferrugem foi entregue pelo ex-jogador e comentarista da Rede Globo, Walter Casagrande. Os detalhes da festa ainda estão vivos na memória do atacante.
– A sensação foi boa demais. No dia, eu me lembro que quem cantou foi o Emílio Santiago. Foi uma festa top. Casagrande fez todo o cerimonial e entregou o troféu a mim e aos outros nove jogadores, integrantes de cada time – recorda.
A boa fase de Ferrugem em 2003 ajudou o Petrolina a ficar com a quinta posição no Campeonato Pernambucano. O maior feito do atacante naquela temporada foi contra o Náutico, no estádio Paulo Coelho.
Com três gol de Ferrugem, Petrolina vence o Náutico por 3 a 0
Ferrugem entrou no segundo tempo e marcou os três gols da vitória da Fera Sertaneja contra o Timbu. Foi o primeiro triunfo da equipe contra um dos três grandes times de Recife.
– Graças a Deus, naquela noite, eu estava abençoado. Minha esposa estava na arquibancada com meu filho. O professor me chamou, botou no jogo e foi aquele feito. 3 a 0, com três gols em 15 minutos.
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