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Por Daniel Leal — Recife


É preciso dizer, antes de mais nada, que a venda de Pedro Lima ao Wolverhampton não caiu do céu. Não foi fruto de uma conjuntura de fatores que, por coincidência, levou o Sport à sorte de concretizar a maior venda da história da região Nordeste brasileira. Neste contexto, é justo dizer: o clube colhe o que plantou, materialmente e, talvez de forma até mais valiosa, simbolicamente.

Com Matheus Cunha de diretor, Wolverhampton anuncia Pedro Lima

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Afinal, possivelmente jamais a marca Sport Club do Recife tenha sido tão mencionada no mercado de transferências internacional.

Ao ter o clube associado a potências como Chelsea, Real Madrid e o próprio Wolverhampton, equipe inglesa que exerceu a compra de Pedro Lima por 10 milhões de euros - aproximadamente R$ 61 milhões (na cotação atual) -, a marca rubro-negra soma uma inerente valorização.

A concretização da venda de Pedro Lima eleva o Sport a outro patamar como revelador de talentos no Brasil. Uma negociação sem intermediários, direto para um clube da Premier League, reconhecidamente a mais forte do mundo, mais do que um aporte financeiro recorde, também simboliza um novo ciclo que pode se abrir na Ilha do Retiro.

Jornal espanhol apontou interesse do Real por Pedro Lima

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Trata-se de um processo em curso. E uma série de atributos apontam para uma devida valorização das divisões de base do Sport, especialmente nos últimos dois anos.

Depois de quase três anos, por exemplo, o Sport recuperou, há um ano, o Certificado de Clube Formador - emitido pela CBF às equipes especializadas na formação de atletas no futebol.

O documento, já renovado este ano, resguarda o clube jurídica e financeiramente, uma vez que assegura direitos previstos em lei enquanto time atuante na formação dos jogadores.

Pedro Lima, anunciado pelo Wolverhampton, foi revelado pelo Sport — Foto: Divulgação/Wolves

O Sport evita, por exemplo, perdas de valores significativas ocorridas nos últimos anos, a exemplo do zagueiro Adryelson, atualmente no Lyon, atleta que deixou o clube de graça e, ainda pior, gerou prejuízos.

Com a chave virada, o clube tem acumulado valores recordes no orçamento destinado às divisões de base. Segundo números passados em entrevistas recentes pelo coordenador geral do setor, João Marcelo Barros, o Leão investiu R$ 3 milhões, em 2022; no ano seguinte, R$ 4,2 milhões; e, neste ano, a previsão chega aos R$ 5,8 milhões.

Do "Meninos da Paraíba" até o Wolverhampton: a trajetória de Pedro Lima

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Os valores foram materializados em investimento no corpo profissional e em estrutura. No ano passado, o Leão investiu aproximadamente R$ 2 milhões em um campo sintético.

Em junho da atual temporada, o clube iniciou novas obras que incluem, por exemplo, a construção de uma academia exclusiva para a base. O investimento total chega a cerca de R$ 3 milhões.

Em paralelo, o Sport contratou Thiago Larghi, um treinador de renome nacional, para comandar a equipe sub-20 e ser o coordenador metodológico das divisões de base.

São elementos que se somam ao trabalho para internacionalizar a marca. Na semana passada, o Rubro-negro foi campeão da Mad Cup, torneio sub-19, disputado em Madri, na Espanha.

João Marcelo Barros falou, no podcast Embolada, sobre o trabalho desenvolvido na base do Sport

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No ano passado, o clube participou da a Viareggio Cup, na Itália; e da Algarve Cup, em Portugal. O Leão fará sua segunda participação na competição portuguesa, prevista para novembro.

São exemplos múltiplos de ações que inserem a base do Sport nos mapas nacional e internacional.

"Nós temos buscado internacionalizar a marca do Sport com a participação em torneios internacionais com as categorias de base e sem dúvida alguma essa transação de Pedro Lima vem para consolidar esse trabalho e colocar o clube numa prateleira internacional que nós não figurávamos", disse João Marcelo Barros, após oficialização da venda do lateral.

Na mesma entrevista, institucional, o dirigente rubro-negro pontua que o Sport recebeu consultas de clubes espanhóis, portugueses, holandeses até a concretização da negociação de Pedro Lima com o Wolverhampton.

- É um movimento que coloca o Sport num lugar de destaque e, agora entendendo como é a fórmula, precisamos praticar isso de forma recorrente para assegurar que a base vai colocar o clube num outro patamar no mercado internacional - acrescentou Barros.

Pedro Lima, lateral-direito do Woverhampton — Foto: Divulgação/Wolves

Neste sentido, portanto, é relevante agora saber: quanto do valor milionário oriundo da venda de Pedro Lima o Sport pretende reinvestir nas divisões de base? Quais próximas lacunas estruturais (porque elas existem!) serão prioritárias para sedimentar o trabalho na base? A que prazo?

São respostas que cabem à figura do presidente Yuri Romão, que tem, por sua vez, admitamos, méritos em chefiar todo o processo de reestruturação da base na gestão - ao mesmo passo que carregará consigo o peso de eleger as escolhas corretas para o seguimento do projeto.

Segundo estudo realizado pela Alvarez e Marsal, empresa que presta consultoria financeira ao Sport, cada R$ 1 investido se tornam, na média brasileira, R$ 3,2. Quanto, portanto, nessa linha, o clube pretende apostar a fim de encontrar novas joias do nível de Pedro Lima?

Pedro Lima, atleta do Wolves — Foto: Divulgação/Wolves

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