Um jogo válido pela Série A2 do Campeonato Pernambucano foi disputado nesta quinta-feira de uma forma pouco habitual. Por não ter conseguido registrar seus jogadores a tempo no Boletim Informativo Diário da CBF, o tradicional América, que possui seis títulos estaduais da primeira divisão, estreou contra o novato Torres tendo apenas oito jogadores à disposição. Desses cinco ainda são amadores, oriundos das categorias de base.
Para piorar, no segundo tempo, o América ainda perdeu o lateral-esquerdo Garcia, de 19 anos, que deixou o campo com câimbras, ficando com apenas sete atletas em campo, número mínimo para que aconteça uma partida profissional. No final, como era de se esperar, o Torres venceu sem dificuldades por 4 a 0.
Toda a confusão que resultou na não inscrição dos jogadores no BID teve início após o desentendimento entre o clube e a Federação Pernambucana de Futebol para o pagamento das taxas dos atletas.
O América acusa à FPF de perseguição, uma vez que um dos seus diretores, Alexandre Mirinda, é candidato de oposição ao presidente da entidade, Evandro Carvalho, que busca a reeleição. Mirinda teve a sua chapa impugnada nesta quinta-feira.
A Federação, por sua vez, se defendeu alegando que não fez o pagamento das taxas porque a Série A2 tem como patrocinador uma casa de apostas que é concorrente a que patrocina o América.
Com as taxas pagas (cada um dos lados diz que efetuou o pagamento), faltou, no entanto, o envio das documentações para o departamento de registros da CBF. E ai nasceu um novo conflito de informações.
Após a partida, o executivo de futebol do América, Abdias Venceslau, não poupou criticas à Federação Pernambucana de Futebol a quem acusou agir de má fé. Entre os motivos alegados para o não envio das inscrições para a CBF estão as fotos dos jogadores, que estariam "fora dos padrões por não terem o fundo branco".
"Nós pagamos as taxas e enviamos os contratos para a Adja (Andrade, diretora de competições e registros). E ela começou a empombar com exigências estúpidas como fotos dos jogadores com o fundo branco. Depois ficou cobrando documentos que já tínhamos enviado. Ela agiu de má fé. Ou por vontade própria ou por ordem de terceiros", acusou Abdias.
Nesta quinta-feira, nove jogadores haviam sido regularizados na CBF. O América só volta a campo pela Série A2 do Pernambucano no dia 25, em casa, contra o Vera Cruz.
O ge tentou entrar em contato com Adja Nascimento por telefone, mas não obteve sucesso. Já o presidente da FPF, Evandro Carvalho, disse que a entidade apenas respeitou o que é exigido pela CBF. E negou haver perseguição política ao América.
- A Federação pagou as taxas sem ter obrigação nenhuma pra isso para o América não deixar de jogar. A questão do BID não é com a Federação. É entre o clube e a CBF. Eu não posso ir para dentro da CBF e fazer processo de registro de jogador. - afirmou Evandro.
Sobre as exigências feitas ao América com relação aos contratos, como fotos de jogadores com o fundo branco, o dirigente reforçou que são normas da CBF.
- Essas são as regras e eles sabem. Precisa ter vários documentos para registrar o jogador, com laudos médicos, e foto com fundo branco. Eu não posso descumprir a regra. Ela é igual para todo mundo. Porque é um clube adversário meu ele não vai cumprir o regulamento? - questionou Evandro.
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