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Por Paulo Lira e Juliana Bandeira — João Pessoa


Brasileiro de Ginástica Artística serve de inspiração para crianças

Brasileiro de Ginástica Artística serve de inspiração para crianças

Os olhos atentos nas arquibancadas, bem como toda a ansiedade antes da competição, já explicam o simbolismo do Brasileiro de Ginástica Artística. Com uma conquista inédita nas Olimpíadas de Paris 2024, o bronze por equipes, e a consagração da maior medalhista olímpica do Brasil, Rebeca Andrade, trouxeram uma grande expectativa para a realização da competição, que acontece em João Pessoa. E nos assentos, é possível entender a inspiração que grandes nomes da modalidade trazem para a nova geração.

Um desses exemplos claros é o de Davi Miguel, que sonha em ser zagueiro de futebol. No entanto, mesmo com uma modalidade diferente acontecendo, ele vai ao Ginásio O Ronaldão, onde está acontecendo o Brasileiro de Ginástica Artística, por um sonho nos tablados: o de ver Rebeca Andrade.

A inspiração que a ginasta se tornou não é atoa. Em números, Rebeca é a maior medalhista olímpica do Brasil, com seis medalhas — sendo duas de ouro, três de prata e uma de bronze. Mas, sabemos que os ídolos vão além das conquistas. E o carisma da atleta, dentro e fora dos tablados, é um dos inúmeros motivos pelos quais podemos explicar a admiração de sua legião de fãs.

Rebeca Andrade, ouro no solo nas Olimpíadas, é reverenciada por Biles e Chiles — Foto: André Durão

A mãe de Davi Miguel, Renata Diniz, tenta explicar, em palavras, o tamanho de Rebeca Andrade para as novas gerações.

Você vê uma menina negra, da periferia como Rebeca. Eu lembro que, quando ela entrou, eu disse aos meus filhos: olhem o que o esporte é capaz de fazer na vida das pessoas
— Renata Diniz, mãe de Davi Miguel.

E claro que esse carinho não se limita apenas a Rebeca Andrade. O Time Brasil, formado, também, por Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira e Júlia Soares, que encantou o país em Paris 2024, são inspirações refletidas nas arquibancadas. Claro, não podemos esquecer de nomes como Arthur Zanetti e Arthur Nory, ambos medalhistas olímpicos presentes.

Esse encanto foi mostrado já na venda de ingressos. Para a edição de 2024, realizada em João Pessoa, o Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística teve as entradas esgotadas no tempo recorde de uma hora. Os três mil ingressos disponibilizados se tornaram poucos.

Com isso, a própria Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), sabendo da expectativa vivida para acompanhar as grandes estrelas do esporte, promoveu meios para que o maior número de pessoas pudessem se fazer presentes.

Arthur Zanetti como árbitro no Brasileiro de Ginástica Artística, em João Pessoa — Foto: Cristiano Santos / CBG

O carinho recebido pelos ginastas presentes no Brasileiro de Ginástica Artística, principalmente por crianças, simboliza a conquista do ouro para a modalidade, independentemente das posições no pódio.

Arthur Nory, bronze nas Olimpíadas do Rio 2016, contou como tem sido essa atmosfera na capital paraibana.

Teve agora o campeonato infantil. Então, vinham muitos meninos pedindo para tirar foto e falando que eu era uma inspiração. Acho isso muito bacana. Além de poder mostrar isso na modalidade
— Arthur Nory, medalhista de bronze nas Olimpíadas do Rio 2016.

Quem também comentou sobre a recepção e torcida no Brasileiro de Ginástica Artística foi Júlia Soares, bronze por equipes nas Olimpíadas de Paris 2024.

Já tirei várias fotos. O pessoal veio com todo amor e carinho pedir autógrafo e conversar comigo. É uma recepção maravilhosa
— Júlia Soares, medalhista de bronze nas Olimpíadas de Paris 2024.

Júlia Soares fala sobre afeto recebido em João Pessoa — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Mesmo com as finais acontecendo apenas no domingo (22), já pode-se dizer que a ginástica artística é campeã. E que a modalidade segue fazendo história para as gerações brasileiras.

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