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Por Paulo Lira* — João Pessoa


Torcida do Botafogo-PB vai da alegria à frustração com derrota para o Volta Redonda

Torcida do Botafogo-PB vai da alegria à frustração com derrota para o Volta Redonda

O Botafogo-PB teve um desempenho que mudou da água para o vinho na Série C do Campeonato Brasileiro. Durante a primeira fase da competição, o Belo atingiu 71% de aproveitamento, chegando a marca histórica de 41 pontos. Mas, no quadrangular do acesso, as coisas não saíram da forma que o clube paraibano queria. Eliminado com uma rodada de antecedência, o Alvinegro da Estrela Vermelha viu o seu aproveitamento despencar e chegar a 13%. Tudo isso antes da rodada final, quando enfrenta Remo, no Estádio Almeidão.

Para efeito de comparação, o aproveitamento do São José-RS, lanterna e rebaixado para a Série D, foi de 19% ao fim da primeira fase. Com a eliminação, o Botafogo-PB vai para o seu 12º ano consecutivo disputando a Série C do Campeonato Brasileiro.

Botafogo-PB é eliminado após derrota para o Volta Redonda no quadrangular do acesso — Foto: Raphael Torres / Volta Redonda

É um fim de temporada com o gosto amargo que a situação propõe. E pensando na queda de rendimento do Belo, assim como mostra a estatística, o ge tenta elencar algumas causas que contribuíram para o baixo aproveitamento no quadrangular do acesso.

Insistência

Na derrota para o Náutico, ainda na primeira fase da Série C, o Botafogo-PB foi a campo com um trio formado por Sillas, Lídio e Vinícius Leite. Essa mesma trinca foi para campo na primeira partida do quadrangular do acesso, contra o Remo. E, em ambos os jogos, o resultado foi o mesmo para o Belo: derrota.

Contra o Volta Redonda, Lídio saiu deixando a vaga para Thallyson, que voltou a atuar após um período de lesões. Mas o camisa 35 do Botafogo-PB voltaria a titularidade no jogo seguinte, contra o São Bernardo, no Estádio Primeiro de Maio.

Um ponto que pode se perceber, tanto na partida contra o Remo quanto contra o Volta Redonda, foi o espaço deixado pelo lado direito, justamente o que Sillas atuou nas ocasiões. Sem intensidade ofensiva e defensiva, Lenon se via sozinho em muitos momentos.

Sillas atuando contra o Volta Redonda — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB

Pelo lado esquerdo, apesar de não ser um grande defensor, Vinícius Leite contribuía ofensivamente. Além da categoria nas bolas paradas, o atacante conseguia conectar bons passes e boas finalizações.

O fato é que, com Sillas e Vinícius Leite atuando juntos, o Botafogo-PB não conseguia ter grandes performances. E isso aconteceu nos dois primeiros jogos do quadrangular do acesso. O que acontecia, como consequência, era a sobrecarga nos volantes do Belo, que sofriam com triangulações adversárias e um grande espaço sem cobertura no meio de campo.

E foi contra o São Bernardo, no Estádio Primeiro de Maio, que o Botafogo-PB começou a dar indícios de que poderia reverter a sua situação. Entretanto, na mesma partida, o time paraibano sofreu um gol que pode se colocar na conta do azar.

Botafogo-PB sofria com pressões no meio de campo quando tinha Sillas e Vinícius Leite atuando simultâeamente — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB

Outro jogador que não conseguiu se provar e comprovar o porquê de suas entradas foi Elvinho. No jogo contra o São Bernardo, no Almeidão, e contra o Volta Redonda, no Raulino de Oliveira, o atacante saiu do banco para o lugar de Bruno Leite. Mas, em ambas as partidas, o jogador não conseguiu ser eficaz e desequilibrar os confrontos.

Lesões

No quadrangular de acesso da Série C, Evaristo Piza não contou com três peças importantes em boa parte da segunda fase. Os zagueiros Wendel Lomar e Reniê, além do atacante Pipico. Ainda na reta final, o volante Mantuan, que poderia ser diferencial após a saída de Edmundo, também se lesionou.

No caso das ausências de Wendel Lomar e Reniê, o Botafogo-PB não conseguiu iniciar uma partida no quadrangular do acesso com a sua dupla de zaga titular. Com isso, foram Douglas e Romércio quem ficaram com as vagas. Mas, sem entrosamento e a mesma qualidade técnica, o Belo se viu utilizando a mesma estratégia na saída de bola: o chutão.

Wendel Lomar, zagueiro Botafogo-PB, esteve lesionado durante uma boa parte do quadrangular do acesso — Foto: Cristiano Santos/Botafogo-PB

Com a lesão de Pipico, também titular em grande parte da competição, Piza se viu obrigado a buscar alternativas para a dupla de ataque com Jô. Sem o camisa 9, o técnico do Botafogo-PB, obrigatoriamente, teve que alterar o seu esquema. Até aqui, para o último terço do campo, o treinador promoveu as entradas de Joãozinho, que desempenhou muito bem o papel que lhe foi dado, e Henrique Dourado, que não conseguiu ter uma grande performance no quadrangular do acesso.

Demora para se reencontrar

Ao longo da 2ª fase da Série C, o Belo parecia ter perdido o espírito apresentado durante sua campanha histórica. Nas três primeiras rodadas, mesmo criando oportunidades, como na partida contra o Volta Redonda, no Almeidão, o Botafogo-PB não conseguia ter o mesmo ímpeto.

Uma das explicações podem ser as mudanças na escalação. Ou até mesmo as lesões, como já falamos. Mas o fato é: o time paraibano reencontrava o seu ímpeto, ou parecia, apenas na 4ª rodada, quando enfrentou o São Bernardo, em João Pessoa. Muito disso aconteceu pelo encaixe da equipe, que contou com a volta de Bruno Leite ao time titular, e Joãozinho ajudando nas construções da jogada. Só que, novamente, quando a fase não é boa, o zero não sai do marcador. E, mesmo com a boa atuação, já era um pouco tarde.

Jô atuando contra o Volta Redonda, no Estádio Almeidão. — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB

Mesmo com apenas dois pontos conquistados, o Alvinegro da Estrela Vermelha poderia se classificar para a Série B do Campeonato Brasileiro. E o começo da partida contra o Voltaço, na 5ª rodada, foi animador. Porém, novamente, mais um balde de água fria. Um não, dois, na verdade.

Com o placar marcando 2 a 1 no Raulino de Oliveira, o Botafogo-PB viu o mesmo roteiro se repetir: o ano de 2025 será a 12ª temporada seguida do clube na Terceirona.

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