A primeira medalha individual em um Campeonato Mundial de ginástica, um sonhado bronze no solo. Uma inédita prata por equipes, que garantiu as meninas do Brasil nas Olimpíadas de Paris. Cinco medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Olhando as conquistas de Flávia Saraiva em 2023, é difícil imaginar que no início do ano a ginasta cogitava abandonar o esporte, após se submeter a uma cirurgia no tornozelo e encarar uma sofrida recuperação.
- Eu achava que medalhas não eram para mim. Achava que não ia conseguir ter metade dos resultados que tive por conta de várias coisas que aconteceram comigo nos últimos anos - admitiu Flavinha, em entrevista exclusiva ao Olympics.com. - Quando eu tinha 16, eu já poderia ter ganhado uma medalha olímpica, poderia ter ganhado uma medalha em Mundial, mas talvez eu não estivesse pronta.
Relembre a apresentação de Flávia Saraiva no solo nos Jogos da Juventude de Nanjing 2014
Flavinha já havia passado por uma cirurgia no pé no fim de 2021 e iniciava mais uma temporada cercada de incertezas. Seguiu em frente graças ao apoio incondicional das companheiras de equipe e treinadores e colheu os frutos da persistência.
- Até a metade do ano eu não estava conseguindo fazer ginástica. Toda vez que eu estava voltando, eu sentia uma dor diferente e uma outra lesão no pé. Eu queria parar de treinar - disse a ginasta após conquistar quatro pratas e um bronze no Pan de Santiago. - Este ano vai ficar marcado na minha vida, porque eu acreditei e porque tive pessoas que acreditaram junto comigo. Eu agradeço a elas, porque sem elas, eu não estaria aqui hoje.
Depois de viver seus melhores momentos no esporte, Flavinha encerra 2023 cheia de esperanças para um promissor ano olímpico.
- Esse foi um ciclo pequeno para mim, que fiz cirurgia. E foi ainda menor ainda porque eu tive que me recuperar muitas vezes. Já estou muito animada, muito ansiosa e muito feliz de ter terminado uma competição inteira e dizer: "Agora estou pronta para Paris sem nenhuma dificuldade" - diz.
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