Jordan Chiles (EUA) faz 13.666 e não consegue superar Rebeca no solo
Jordan Chiles fez um segundo apelo na Suprema Corte da Suíça para recuperar o bronze do solo da ginástica artística das Olimpíadas de Paris. Depois de entrar com um primeiro recurso na semana passada, a americana de 23 anos protocolou nesta semana um novo pedido contra a decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS/CAS), que entregou a medalha olímpica à romena Ana Barbosu. A Federação de Ginástica dos Estados Unidos (USA Gymnastics) também entrou com um recurso similar na Suprema Corte da Suíça. Os dois apelos pedem que as imagens da gravação de um documentário da "Netflix" sobre Simone Biles sejam consideradas como provas.
- Acreditamos que o CAS deve considerar o registro completo de áudio e vídeo que mostra que Jordan, sem dúvida, seguiu todas as regras no solo e em seu inquérito. Não fazê-lo seria fundamentalmente injusto - disse Maurice M. Suh, advogado de Chiles.
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Jordan Chiles chegou a subir no pódio do solo das Olimpíadas de Paris junto com a campeã Rebeca Andrade e a também americana Simone Biles, vice-campeã. Foi o primeiro pódio 100% negro da ginástica artística em Olimpíadas, com direito a uma emblemática reverência das americanas à brasileira. No entanto uma decisão da Justiça alterou o resultado da prova.
Após a audiência realizada pelo CAS no dia 11 de agosto, a qual ouviu as partes envolvidas, o órgão considerou irregular o acréscimo de 0.100 dado à nota de Jordan Chiles. Esse acréscimo permitiu que a ginasta americana superasse duas romenas, Ana Barbosu e Sabrina Voinea. Sem ele, Chiles fica na quinta posição, com 13.666, e Barbosu e Sabrina seriam as terceiras e quartas colocadas, respectivamente, com 13,700 - Barbosu levou o bronze no critério de desempate de melhor nota de execução.
A irregularidade, segundo o tribunal com sede na Suíça, ocorreu porque o recurso dos Estados Unidos para revisão da nota de Chiles foi pedido quatro segundos depois do prazo estabelecido no regulamento, que é de um minuto após o anúncio da nota.
Chiles afirma que a decisão do CAS violou seu direito de ser ouvida ao não permitir que ela e a USA Gymnastics apresentassem um vídeo que, segunda ela, comprova o pedido de revisão de nota dentro do prazo regulamentar de um minuto. A ginasta ainda alega que Hamid G Gharavi, presidente do painel do CAS, tem um conflite de interesse por já ter representado a Romênia em casos jurídicos passados.
- A evidência audiovisual que o CAS se recusou a considerar prova claramente que a medalha de bronze de Jordan em Paris estava correta. Estamos simplesmente pedindo que o julgamento do CAS seja decidido com base em uma compreensão verdadeira e precisa dos fatos. Como Jordan declarou publicamente, o caso neste momento é sobre sua paz e justiça, e o direito de todos os atletas de serem tratados de forma justa - afirmou em nota a USA Gymnastics.
No início do mês, Jordan Chiles participou do "MTV Video Music Awards", em Nova York. Ela recebeu um relógio de bronze de presente do rapper Flavor Flav. A ginasta afirmou estar devastada pela perda da medalha dos Jogos de Paris.
- A maior coisa que me foi tirada foi o reconhecimento de quem eu sou. Não apenas meu esporte, mas a pessoa que sou. Não se trata de medalha. É sobre a cor da minha pele. É sobre o fato de que houve coisas que levaram a essa posição de ser atleta. E eu senti como se tudo tivesse sido arrancado - disse Chiles.
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