Simone Biles tira 14,133 na final do solo dos Jogos de Paris
O ouro de Rebeca Andrade no solo das Olimpíadas de Paris poderia ter passado para as mãos de Simone Biles. É o que revelou um vídeo do documentário gravada pela "Netflix" sobre a americana de 27 anos. As imagens, usadas no apelo de Jordan Chiles à Suprema Corte da Suíça em busca de recuperar o bronze retirado pelo Tribunal Arbitral do Esporte, mostram que houve um erro no registro de um recurso da ginasta mais condecorada da história que poderia ter aumentando sua nota de dificuldade do solo em um décimo, o que seria o suficiente para passar a brasileira de 25 anos. As informações são do "USA Today".
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O vídeo mostra Simone Biles perguntando à técnica Cecile Landi se Laurent Landi, também seu técnico, iria pedir recurso para revisar a nota de dificuldade. Ela responde que o marido disse que pediu. Depois Cecile retorna e diz: "Eles não enviaram o recurso". Sem o pedido de revisão, a nota de dificuldade da americana se manteve 6,9 pontos. Os árbitros poderiam ter validado um de seus saltos ginásticos (split leap) e aumentado a nota para 7,0 pontos. Como há o prazo de um minuto para registrar o recurso após o anúncio da nota, não é mais possível contestar o resultado.
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Rebeca Andrade tira 14,166 na final do solo nos Jogos de Paris
Simone somou 14,133 pontos (6,9 de dificuldade, 7,833 de execução e dedução de 0,6 por ter pisado fora do tablado com os dois pés duas vezes). Rebeca foi campeã olímpica somando 14,166 pontos (5,9 de dificuldade e 8,266 de execução). Nas redes sociais, a americana ressaltou que a brasileira foi melhor na final do solo.
- Sinceramente não é grande coisa para mim, Rebeca teve um solo melhor de qualquer maneira. É chato como o recurso não foi processado, mas não estou brava com os resultados - disse Simone.
Jordan Chiles, por sua vez, fez um apelo na Suprema Corte da Suíça para recuperar o bronze do solo. A americana de 23 anos protocolou o recurso na segunda-feira contra a decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS/CAS), que entregou a medalha olímpica à romena Ana Barbosu. Chiles chegou a subir no pódio do solo das Olimpíadas de Paris junto com a campeã Rebeca Andrade e a também americana Simone Biles, vice-campeã. Foi o primeiro pódio 100% negro da ginástica artística em Olimpíadas, com direito a uma emblemática reverência das americanas à brasileira. No entanto uma decisão da Justiça alterou o resultado da prova.
Após a audiência realizada pelo CAS no dia 11 de agosto, a qual ouviu as partes envolvidas, o órgão considerou irregular o acréscimo de 0.100 dado à nota de Jordan Chiles. Esse acréscimo permitiu que a ginasta americana superasse duas romenas, Ana Barbosu e Sabrina Voinea. Sem ele, Chiles fica na quinta posição, com 13.666, e Barbosu e Sabrina seriam as terceiras e quartas colocadas, respectivamente, com 13,700 - Barbosu levou o bronze no critério de desempate de melhor nota de execução.
A irregularidade, segundo o tribunal com sede na Suíça, ocorreu porque o recurso dos Estados Unidos para revisão da nota de Chiles foi pedido quatro segundos depois do prazo estabelecido no regulamento, que é de um minuto após o anúncio da nota.
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Chiles afirma que a decisão do CAS violou seu direito de ser ouvida ao não permitir que ela e a USA Gymnastics apresentassem um vídeo que, segunda ela, comprova o pedido de revisão de nota dentro do prazo regulamentar de um minuto. A ginasta ainda alega que Hamid G Gharavi, presidente do painel do CAS, tem um conflite de interesse por já ter representado a Romênia em casos jurídicos passados.
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