Ana Marcela Cunha fica fora do pódio na Maratona Aquática
A equipe de reportagem da TV Globo pede uma palavrinha para a holandesa Sharon van Rouwendaal, enquanto a campeã da maratona aquática caminha pela zona mista com a medalha de ouro no peito. A holandesa, campeã da prova desta quinta-feira, nos Jogos Olímpicos de Paris, aceita falar e, rapidamente, abre um sorriso ao saber que a entrevista seria para uma emissora do Brasil.
- É o meu país favorito no mundo - declara a atleta, vestida com um casaco laranja e segurando nas mãos o poster recebido pelos medalhistas.
E não é da boca para fora que a maratonista declara seu amor pelo Brasil. Medalhista de ouro nas Olimpíadas de 2016, no mar da Praia de Copacabana, ela gostou tanto da cidade que batizou o cachorro como "Rio".
- Eu amo o Brasil. Fui para lá algumas vezes. Eu adoro os fãs do país, porque fui campeã lá - contou a holandesa, cuja irmã mora com o marido brasileiro, em São Paulo.
Rio - um cachorro da raça Lulu da Pomerânia - entrou na família Rouwendaal há oito anos. Entretanto, em maio passado, a holandesa precisou lidar com a morte do pet, tratado como um filho por ela.
- Depois que eu disputei as Olimpíadas, em 2016, não sabia se continuaria, estava me sentindo solitária. E eu decidi pegar um cachorro. O Rio era como um filho, era tudo pra mim. Ele passou por uma cirurgia para conseguir respirar melhor, mas pegou uma febre, piorou e morreu no colo da minha mãe. Tentaram reanimá-lo, mas era tarde. Meu mundo caiu. Nunca senti tanta dor na vida.
Ana Marcela Cunha se emociona após ficar fora do pódio e revela que ficou perto de parar de nadar
A tristeza de Rouwendaal era um sentimento profundo. Ela revela que pensou em desistir de disputar as Olimpíadas de Paris.
- Eu falei: "Não quero nadar mais, não quero ir às Olimpíadas, não estou nem aí". O Rio era mais bonito que qualquer medalha ou qualquer momento. A minha família me disse: "Dispute as Olimpíadas por ele". Fiz uma tatuagem sonhando com o dia que eu apontaria para ela depois de ganhar a medalha de ouro. E foi o que eu fiz.
E para subir ao topo do pódio, Rouwendaal precisou acelerar na reta final. A tetracampeã mundial, que ocupava a segunda colocação, apertou o ritmo nos últimos metros, e ultrapassou a australiana Moesha Johnson, dona da medalha de prata. A italiana Ginevra Taddeucci faturou o bronze, seguida pela brasileira Ana Marcela Cunha, ouro em Tóquio 2020.
- Eu treino para isso, mas, mentalmente, eu penso que sou imparável. Eu quero ganhar, não importa se estou sentido dor ou não. Eu tiro força extra de algum lugar.
Veja a chegada da maratona aquática feminina; Ana Marcela fica em quarto
Veja também