Rebeca Andrade: altura, idade, medalhas e história

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O Início

Rebeca Andrade começou a treinar ginástica artística aos quatro anos de idade em um projeto social voltado para o esporte, organizado pela prefeitura de Guarulhos. A responsável por esse contato de Rebeca com a modalidade foi uma tia, que percebeu nela um certo talento e a levou para os treinos no ginásio Bonifácio Cardoso.

Embora tenha chegado tímida nos primeiros dias, Rebeca encantou a treinadora Mônica dos Anjos assim que realizou os primeiros movimentos. Pela sua desenvoltura, recebeu o apelido de "Daianinha de Guarulhos", em referência à ginasta Daiane dos Santos.

A Família

Rebeca vem de uma família humilde. Filha de Rose Santos, a atleta tem sete irmãos. As dificuldades se colocaram no caminho da ginasta, mas ela encontrou na união da família o apoio necessário para continuar. Com o dinheiro que a mãe ganhava trabalhando como empregada doméstica, Rebeca conseguia ir regularmente aos treinos. Contudo, houve um período em que a falta de recursos a obrigou a interromper os treinos temporariamente.

Os treinadores do projeto se uniram em um rodízio para ajudar Rebeca a continuar frequentando os treinos. E ela nunca mais parou. Fosse de ônibus ou a pé em uma caminhada de cerca de duas horas, acompanhada pelo irmão Emerson Rodrigues, a atleta sempre encontrava uma maneira de treinar. Com 15 anos na época, Emerson resolveu comprar uma bicicleta de segunda mão para levar a irmã ao ginásio.

Todo o esforço de Rebeca e sua família foi recompensado. Após uma temporada de treinos em Curitiba, a atleta se mudou para o Rio de Janeiro e se tornou integrante da equipe de ginástica artística do Flamengo.

Ascensão Meteórica

Rebeca chegou ao Flamengo em 2011 e, no ano seguinte, surpreendeu ao conquistar o Troféu Brasil de Ginástica Artística. Embora essa tenha sido sua primeira competição na elite, Andrade superou nomes já consagrados como Jade Barbosa e Daniele Hypólito.

Seu primeiro resultado expressivo em competições de grande porte veio na etapa da Copa do Mundo realizada em Ljubljana, na Eslovênia. Rebeca conquistou a medalha de bronze nas barras paralelas assimétricas.

Cirurgias no Joelho e Conquistas

Apesar do bom desempenho na temporada, Rebeca rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito, passou por cirurgia e ficou fora dos Jogos Pan-Americanos de 2015 e do Campeonato Mundial. No entanto, seu retorno às competições foi avassalador. Em 2016, a atleta conquistou cinco medalhas nas etapas da Copa do Mundo e estreou nas Olimpíadas do Rio de Janeiro 2016.

O ano de 2017 foi de altos e baixos para Rebeca. Embora o início tenha sido excepcional, com a conquista de três medalhas de ouro em etapas da Copa do Mundo, a ginasta sofreu novamente uma lesão no ligamento do joelho, o que a deixou novamente fora do Campeonato Mundial.

Rebeca voltou a competir em setembro de 2018 no Campeonato Pan-Americano realizado em Lima, no Peru. A estreia no Campeonato Mundial foi em Doha, no Catar, onde ficou em quarto lugar na competição por equipes. Na etapa da Copa do Mundo em Cottbus, a atleta conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata.

Mas, assim como dois anos antes, 2019 foi complicado para Rebeca Andrade. Os dois ouros conquistados na etapa da Copa do Mundo realizada em Stuttgart, na Alemanha, foram ofuscados por mais uma lesão no joelho. Àquela altura, a nova cirurgia colocou em xeque a participação de Rebeca e da seleção brasileira nos Jogos de Tóquio 2020.

Redenção e Auge

A pandemia de COVID-19 teve impacto direto na sequência de Rebeca Andrade. Por conta da crise sanitária, as Olimpíadas de Tóquio só puderam ser realizadas em 2021. Com mais tempo para se recuperar da cirurgia no joelho, a atleta pôde se preparar melhor antes de disputar a competição. A participação foi em grande estilo: prata no individual geral e ouro no salto.

A partir de então, a carreira de Rebeca Andrade decolou, com a conquista do ouro e da prata no Mundial de 2021 em Kitakyushu; ouro e bronze em Liverpool 2022; e ouro, prata e bronze na Antuérpia 2023. Rebeca também conquistou dois ouros nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023.

Rebeca Andrade conquistou uma impressionante coleção de medalhas ao longo de sua carreira. Veja as principais:

Jogos Olímpicos

• Olimpíadas de Tóquio 2020: Ouro (salto) e prata (individual geral).

Campeonato Mundial

• Kitakyushu 2021: Ouro (salto) e prata (barras assimétricas).
• Liverpool 2022: Ouro (individual geral) e bronze (solo).
• Antuérpia 2023: Ouro (salto), prata (solo, por equipe e individual geral) e bronze (trave).

Jogos Pan-Americanos

• Santiago 2023: Ouro (salto e trave) e prata (por equipe e barras assimétricas).

Copa do Mundo

• Ljubljana 2015: Bronze (barras assimétricas).
• São Paulo 2015: Prata (salto).
• São Paulo 2016: Prata (barras assimétricas) e bronze (trave).
• Doha 2016: Prata (barras assimétricas).
• Anadia 2016: Prata (solo e trave).
• Varna 2017: Ouro (salto e barras assimétricas).
• Koper 2017: Ouro (salto).
• Cottbus 2018: Ouro (salto e trave) e prata (barras assimétricas).
• Stuttgart 2019: Ouro (equipe).
• Doha 2021: Ouro (barras assimétricas) e bronze (trave).
• Paris 2022 e 2023: Prata (barras assimétricas).
• Antalya 2024: Prata (barras assimétricas).

Campeonato Pan-Americano

• Lima 2018: Prata (por equipe).
• Rio 2021: Ouro (individual geral e por equipe).
• Rio 2022: Ouro (barras assimétricas e por equipe) e prata (trave).

• Medalhas Olímpicas: 2 (1 ouro e 1 prata).
• Medalhas em Campeonatos Mundiais: 9 (3 ouros, 4 pratas e 2 bronzes).
• Medalhas em Jogos Pan-Americanos: 4 (2 ouros e 2 pratas).
• Medalhas em Copas do Mundo: 19 (7 outros, 9 pratas e 3 bronzes).

• Rebeca Andrade morou sozinha em Curitiba entre 9 e 10 anos para uma temporada de treinos.
• Ela foi a primeira ginasta brasileira a ganhar uma medalha de ouro em uma edição dos Jogos Olímpicos e a primeira atleta brasileira a conquistar duas medalhas na mesma edição dos Jogos.
• Pelo desempenho nas Olimpíadas, foi condecorada pelo governo brasileiro com a Ordem de Rio Branco.
• Rebeca também foi a primeira brasileira a conquistar duas medalhas na mesma etapa do Campeonato Mundial.
• Junto com Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Carolyne Pedro e Júlia Soares, Rebeca conquistou a primeira medalha de prata por equipes para o Brasil no Mundial da Antuérpia.
• Neste mesmo Mundial, Rebeca conquistou cinco medalhas, tornando-se a primeira ginasta brasileira a somar medalhas em todas as categorias do Mundial.