Novo fenômeno do esqui mundial, Lucas tem fortes raízes brasileiras
A um ano e meio das Olimpíadas de Inverno, marcadas para a Itália em fevereiro de 2026, o esporte de neve do Brasil vive um momento único. Ao que tudo indica, o Brasil terá, pela primeira vez na história, uma chance real de medalha em Jogos Olímpicos de Inverno.
Lucas Pinheiro Braathen, de 24 anos, fez sua estreia, neste domingo, defendendo o Brasil, país de sua mãe. Até o ano passado, sua carreira era destinada a defender o país natal de seu pai, a Noruega, maior potência esportiva dos esportes de inverno. Ele te, no currículo, onze medalhas em Copa do Mundo, inclusive com a conquista geral da temporada de 2023 na prova do slalom.
No domingo, Lucas ficou em quarto lugar na etapa da Copa do Mundo de Solden, na Áustria, na prova do slalom gigante do esqui alpino. Na primeira descida, ficou em 19º lugar. Na segunda descida, foi o mais rápido entre todos os competidores. Na soma dos dois tempos, que é o que é considerado para a medalha, ficou em quarto lugar.
Na frente dele, um trio de atletas do país que nasceu, a Noruega. Alexander Steen Olsen levou o ouro com 2min09s50, Henrik Kristoffersen foi prata com 2min10s15, e Atle McGrath faturou o bronze com 2min10s16. O brasileiro terminou com 2min10s40.
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Ainda faltando um ano e meio para as Olimpíadas, dá para afirmar que Lucas vai brigar por medalha nas Olimpíadas de Inverno. Claro que as próximas competições, na temporada 2024/25 e, principalmente, 2025/26, vão mostrar se chegará como candidato ao pódio ou favorito para a medalhas, mas a certeza é que estará na disputa direta.
O melhor resultado da história do Brasil em Olimpíadas é a nona posição de Isabel Clark no snowboard em 2006. Nicole Silveira conseguiu o principal resultado do Brasil na última edição, ao chegar em 13º no skeleton.
O Brasil jamais brigou efetivamente por uma medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno. Na última edição, o país se mostrou competitivo em algumas modalidades, conseguindo se colocar no "meio do pelotão", mas jamais no flerte com um pódio.
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Lucas é treinado por Peter Lederer e Mike Pircher, que já trabalhou com Marcel Hirscher, considerado o maior da história. Na equipe, tem também o preparador físico Kurt Kothauber, que fazia parte da equipe do campeão suíço Marco Odermatt.
As suas duas principais provas são slalom e slalom gigante. Nos dois casos, tem entre oito e dez atletas capazes de brigar por medalhas nas grandes competições, como Campeonato Mundial e Olimpíadas. Neste momento, Lucas está nesta briga.
Ele volta a competir nos dias 17 e 24 de novembro, em mais duas etapas da Copa do Mundo. A primeira, em Levi, na Finlândia, e a segunda, em Gurgl, na Áustria. As duas competições na prova do slalom. O Campeonato Mundial será em fevereiro e, ali, Lucas terá seu maior teste na temporada de estreia pelo Brasil.
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