O ciclo de Paris 2024 tem sido marcado por bons desempenhos no feminino para o Brasil. Depois de não ter representantes na Missão Europa, em 2020 em meio à pandemia, a natação feminina sofreu uma reviravolta. As atletas se uniram e formaram o Comitê da Natação Feminina. Quatro anos depois, as mulheres foram protagonistas do time brasileiro no Mundial de Esportes Aquáticos em Doha, no Catar. As brasileiras foram a sete finais (uma inédita), quebraram três recordes sul-americanos e conquistaram dois quartos lugares. A única medalha do país na competição também saiu pelas braçadas de uma delas, Ana Marcela Cunha, bronze na prova de 5km e ainda garantiu a classificação para as Olimpíadas da França ao lado de Viviane Jungblut.
Destaque para Maria Fernanda Costa, ou Mafê Costa, como o próprios autofalantes do Mundial anunciavam. A brasileira não só melhorou suas marcas, como chegou perto do pódio em duas oportunidades, nos 400m livre e no revezamento 4x200m livre feminino, ambas em quarto lugar. Quebrou três recordes sul-americanos, obteve índices olímpicos e confirmou mais de 15 segundos de melhora com um ano e um mês com o treinador Fernando Possenti.
- Fico bastante feliz pelo que tenho feito aqui, objetivo sendo cumprido, foi uma jornada difícil e um processo bem difícil - contou Mafê.
Aos 21 anos, Mafê Costa é um dos grandes nomes da natação do país
Gabrielle Roncatto (5ª nos 400m livre), Aline Rodrigues e Stephanie Balduccini estiveram com Mafê no revezamento que beliscou o pódio. Outro destaque da campanha que esteve nesse revezemento e nos 4x100m livre, Balduccini fez sua melhor marca pessoal na prova individual dos 100m livre e celebrou as conquistas que vem tendo.
– É comemorar as coisas pequenas. Esses 53s estão me irritando, mas dá para sonhar. Achei uma boa prova. Estou bem feliz, e os resultados me dão muita confiança. Errei um pouco a chegada, mas faz parte. Isso me motiva a treinar mais e melhorar os detalhes que podem fazer diferença – disse Teté.
Stephanie Balduccini comenta seu desempenho na final dos 100m livre
Outra brasileira que chegou até a final foi Gabrielle Assis nos 200m peito. Como primeira reserva e convocada "no susto" para a disputa, confirmou sua constante evolução do último ano para cá. Ela conquistou o bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 nessa prova, por exemplo.
Guilherme Costa analisa a participação do Brasil no Mundial de natação
Nas águas abertas também brilhou o feminino
Acostumada a figurar no pódio há oito edições do Mundial de Esportes Aquáticos, Ana Marcela Cunha foi a única medalha brasileira em Doha no Catar. Medalha de bronze nos 5km e vaga garantida para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 com o quarto lugar nos 10km.
Nesta edição dos Jogos Olímpicos, ela não estará sozinha. Viviane Jungblut ficou com a vaga depois de terminar na 14ª posição, já que duas francesas estavam entre as 13 vagas. Com isso, ela abre mão dos treinamentos para a natação e focará nas águas abertas.
Família de Ana Marcela Cunha vai acompanhar a nadadora em Paris 2024
Os resultados das mulheres no Mundial de Doha, no Catar:
Maratona Aquática
- duas vagas olímpicas nos 10km (Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut)
- bronze de Ana Marcela Cunha nos 5km
Natação
- vaga olímpica em 3 revezamentos: 4x100m livre, 4x200m livre, 4x100m medley misto*
- final dos 200m livre (Mafê Costa)
- final dos 400m livre (Mafê Costa e Gabi Roncatto)
- final dos 100m livre (Stephanie Balduccini)
- final dos 200m peito (Gabrielle Assis)
- final do revezamento 4x100m livre
- final do revezamento 4x200m livre
- 7min52s7 novo recorde Sul-Americano dos 4x200m livre
- 4m02s86 novo recorde Sul-Americano da Mafê Costa nos 400m livre
- 1min56s85 novo recorde Sul-Americano da Mafê Costa nos 200m livre
Veja também