O fim da temporada 2024 da F1 também marca o início de um dos projetos mais esperados para 2025: a parceria entre Lewis Hamilton e a Ferrari. Mas se as conversas que levaram ao contrato com o piloto começaram há um ano, o desejo de um dia guiar pela equipe de Maranello vem de pelo menos duas décadas atrás - é o que revela o chefe do time italiano, Fred Vasseur.
- Acho que ele tinha o objetivo de pilotar pela Ferrari em mente há pelo menos 22 anos, ou 23 anos, porque estávamos conversando sobre isso em 2004. Isso significa que não foi muito dificil (convencê-lo) - disse Vasseur.
A relação entre o chefe da Ferrari e Hamilton é antiga: eles se conheceram por volta de 2004, quando o piloto começou a competir na Fórmula 3 Europeia pela Manor Motorsport, time mantido pela Mercedes.
Hamilton na Ferrari: relembre a carreira do piloto heptacampeão da F1
No ano seguinte, Lewis passou a correr com a ASM Formule 3, fundada por Vasseur, e foi campeão. A parceria com o gestor seguiu em 2006 na GP2 Series, antecessora da atual Fórmula 2.
O francês também era dono de uma equipe na categoria, a ART Grand Prix, fundada com Nicolas Todt - filho do ex-presidente da FIA (Federação Internacional do Automobilismo) Jean Todt. Vasseur e Hamilton foram novamente campeões, e o resultado assegurou a vaga do jovem pela McLaren na F1.
Vasseur revelou que as conversas com Hamilton sobre fechar um acordo para 2025 começaram em 2023. E detalhou como a boa fase da Ferrari na época ajudou a convencer o heptacampeão: com Carlos Sainz no GP de Singapura, a escuderia foi a única equipe além da RBR a vencer em um ano dominado pelo time de Max Verstappen:
- Vencemos mais corridas em 2023 do que a Mercedes, e o início desta temporada também foi bom, de modo que não foi muito difícil convencê-lo de que a Ferrari seria um bom projeto. Acho que às vezes também é uma questão de sincronia, ou de alinhar todos os astros, que ele estivesse no mercado e que a Ferrari tivesse uma vaga disponível, e assim por diante. Mas o contato foi fácil.
Má fase não preocupa
Embora tenha ganhado duas corridas assim como seu antigo colega George Russell na Mercedes, Hamilton terminou 2024 em baixa na equipe alemã. O impacto de mais um ano difícil pela equipe com a qual conquistou seis dos seus sete títulos e 84 vitórias foi tanto, que ele pensou em pular do barco após o décimo lugar no GP de São Paulo.
Mesmo assim, o momento do britânico não é uma preocupação para Vasseur, que lembrou-se do desempenho do veterano de 39 anos no GP de Abu Dhabi: na última corrida de 2024, Hamilton ganhou 12 posições e foi de 16º a quarto, chegando à frente de Russell - que partiu do sexto lugar e terminou em quinto.
- Pergunte a Russell. Não acho que a classificação de Abu Dhabi esteja ligada ao desempenho de Lewis. Ele fez corridas muito boas em Las Vegas e em Abu Dhabi. E eu nunca fiquei, realmente, nunca, nunca, nunca, preocupado com essa situação. Não critico Lewis ou a Mercedes, mas não é fácil administrar essa situação. E posso entender que, se não estiver indo muito bem, você pode sofrer com esse relacionamento. Ele não estava muito bem em termos psicológicos, o que ficou claro no Brasil, por exemplo. Mas ele também se saiu muito bem nos últimos dois eventos - pontuou Vasseur.
Fórmula 1 divulga o calendário de 2025 com 24 etapas, e GP de São Paulo
O primeiro teste de Hamilton com a Ferrari está previsto para meados de janeiro em Fiorano, pista particular da Ferrari na Itália. O heptacampeão estreia oficialmente em 16 de março, no GP de Austrália, na abertura da temporada 2025 da F1. Veja as datas do calendário da categoria!
Veja também