Após quase três anos, a temporada 2021 da Fórmula 1 ainda é assunto entre Max Verstappen e Lewis Hamilton. E se o heptacampeão afirmou recentemente ter sido roubado na decisão do campeonato, o tricampeão da RBR discorda; mas adotou um tom apaziguador ao abrir o jogo, em exclusiva ao ge, sobre a atual relação com a Mercedes - na qual é visado como substituto de seu rival em 2025.
Max Verstappen fala ao ge sobre relação com Mercedes após disputa em 2021 e cenário atual
Em 2021, os rivais chegaram ao último grande prêmio da temporada, o GP de Abu Dhabi, empatados com 369,5 pontos. Um acidente nas últimas voltas colocou o safety car na pista e fez a vantagem de 14s do líder Hamilton para Verstappen diminuir.
O holandês foi aos boxes e colocou pneus macios para se aproximar da Mercedes. O carro de segurança, de acordo com o regulamento, deveria ter feito mais uma volta, que selaria a corrida sob bandeira amarela e com as posições inalteradas, mas a direção de prova o chamou antes, dando tempo para Max assumir a ponta e conquistar o título.
- Você sempre tem que analisar a temporada toda, não dá pra julgar o campeonato inteiro por uma corrida em particular. E quando você olha para a temporada, foi um campeonato bem apertado. Nós (ele e Hamilton) estávamos na frente e atrás o tempo todo. Acho que foi incrível para todos os fãs testemunhar isso. No fim do dia, claro que só um pode vencer; um pode se sentir diferente, mas é assim, coisas assim acontecem em todo o esporte. Ainda temos que apreciar o fato de que tivemos uma grande batalha pelo campeonato - defendeu Verstappen.
Max Verstappen abre jogo ao ge sobre relação com a Mercedes após F1 2021 e fala em perdão
A rivalidade da RBR com a Mercedes aflorou em 2021, com direito a contatos e batidas entre os dois pilotos, punições, troca de farpas entre os chefes Toto Wolff e Christian Horner e até uma série de protestos - incluindo ao resultado da última etapa do ano.
As tensões, porém, parecem ter ficado para trás. Diante de polêmicas dentro da RBR no início de 2024, o tricampeão chegou a sugerir sair do time caso o consultor Helmut Marko fosse demitido. Com isso, a Mercedes declarou interesse em contratá-lo para a vaga de Hamilton, rumo à Ferrari em 2025. Mas apesar do tom pacífico, o holandês não pensa em fechar com a montadora alemã.
- Claro, palavras e coisas foram ditas no calor do momento em 2021. Isso serve para os dois lados. Mas, como pessoa, acho que você sempre deve ser capaz de perdoar as pessoas, em primeiro lugar, e também dar segundas chances. Você sempre deve estar aberto a isso, porque você pode ficar chateado com algo para sempre. Claro, foi um ano difícil para todos os envolvidos. Mas isso não significa também que, de repente, eu precise mudar de equipe. Estou feliz onde estou, feliz com o que estamos conquistando agora e quero continuar, é claro.
Lewis Hamilton e Max Verstappen se cumprimentam após o GP de Abu Dhabi de 2021 — Foto: Hasan Bratic/picture alliance via Getty Images
O tempo passou e hoje é a RBR quem domina a F1. Liderada pelo projetista Adrian Newey, a equipe se beneficiou com a mudança do regulamento técnico em 2022. Apesar disso, a opinião de Verstappen sobre as novidades introduzidas pela categoria, como novos circuitos e corridas sprint, não é unânime - ele admitiu preferir as máquinas de temporadas anteriores:
- Com o calendário, temos que tomar cuidado para não o encher com muitas corridas. A pilotagem do carro é até legal. Os pneus são muito grandes, então a visibilidade às vezes fica complicada em algumas curvas. Eu realmente ainda prefiro a liberdade dos antigos carros. Eles eram mais ágeis, mas talvez tenha a ver com o peso do carro. Ainda estamos fazendo os carros muito pesados e acho que isso é uma coisa negativa. Temos que tentar reduzir o peso deles. Espero que isso seja algo que possamos rever no futuro. Já o DRS (asa móvel) é necessário agora, ou a gente não conseguiria ultrapassar de jeito nenhum. Ainda é difícil acompanhar os carros e com o DRS pelo menos fica mais fácil de ultrapassar.
Max Verstappen, em exclusiva ao ge, opina sobre mudanças no regulamento da F1
Max é protagonista de uma F1 que, para as torcidas rivais, está monótona. O holandês, porém, defende ser natural que um time se destaque em relação aos outros; ele lembrou da McLaren de Senna e Prost (1988 e 1989); da Ferrari de Michael Schumacher (2000 a 2004); da RBR com Sebastian Vettel (2010 e 2013) e a própria Mercedes, nos títulos de Lewis Hamilton e Nico Rosberg (2014 a 2020).
- Temos que apreciar o que as pessoas estão fazendo. Alguns fãs precisam tentar entender e admirar isso. Pode parecer chato. Mas você tem que apreciar o porquê está assim, por que eles estão na frente na competição, é por causa de muita gente incrível que fez esse time bem-sucedido, porque esse grupo ótimo de pessoas se uniu. Eu diria que sempre tem esses dois sentidos. E, quer dizer, se você olhar para a história da Fórmula 1, a maior parte das temporadas sempre foi assim, sempre teve uma equipe dominante, não é nada novo - justificou ele.
Max Verstappen venceu o GP do Japão de F1 e lidera campeonato de pilotos pelo quarto ano consecutivo — Foto: Clive Mason/Getty Images
Se Verstappen não pensa em deixar a RBR no momento, os rumores também giram em torno de quem será o seu companheiro de equipe em 2025, uma vez que o contrato do atual companheiro, Sérgio Pérez, acaba no fim da temporada atual. Entre os candidatos à vaga está Carlos Sainz, da Ferrari.
Max chegou a afirmar que não se importa com quem estará na garagem ao lado, e que o outro piloto "deve ficar atrás de qualquer jeito". Ao ge, o holandês também afirmou ter uma relação positiva com o mexicano, e que "não tem motivo para a equipe pensar em outros pilotos". Enquanto segue unida, a dupla detém 141 pontos que mantém a RBR líder do campeonato de construtores. Veja tabela.
A F1 retorna com o GP da China no Circuito Internacional de Xangai, em 21 de abril, válido como a 5ª etapa da temporada. Confira aqui o calendário completo.
Infos e horários - GP da China da F1 2024 — Foto: Infoesporte
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