A crise nos bastidores da RBR, inaugurada com acusações de conduta imprópria ao chefe Christian Horner, segue tendo novos desdobramentos. O dirigente britânico foi inocentado, mas isso não impediu ampla repercussão na F1 - com direito a críticas públicas de Jos Verstappen, pai do tricampeão Max, e até uma possível ameaça de suspensão, agora descartada, ao consultor Helmut Marko. Em meio à turbulência na rival, a Mercedes disse que poderia oferecer um cargo não executivo a Marko, relembrando o "mascote" e tricampeão Niki Lauda, falecido em 2019.
Neste sábado, após a publicação original desta reportagem, Marko confirmou que vai cumprir seu contrato com a RBR normalmente. A nota foi atualizada.
- (Horner e eu) temos trabalhado juntos por 19 anos, mas as coisas têm que ser resolvidas. (Tive) uma ótima reunião (com Mintzlaff) e acho que está tudo claro. Tivemos uma discussões depois que os rumores se espalharam, e (eles não tinham) embasamento jurídico. Se alguém tem esse desejo ou ideia (de suspender Marko), não há base legal. (...) Toto Wolff diz que contratos não significam muito na F1, e fiquei realmente grato com quão leal (Verstappen) é, e só posso dizer que fiquei impressionado e agradecido - disse Marko, neste sábado.
- Estamos sentindo falta do nosso antigo mascote, de qualquer forma. Então vamos levar o Helmut. Ele tem a idade certa. Não tem um boné vermelho, mas aí ele virá até nós. Helmut não é um filho da tristeza e foi, ou é, nosso inimigo favorito. Mas ele é um corredor de verdade. Se eles (RBR) perderem o Helmut, certamente vai ser uma baixa para a RBR e a equipe - disse Toto Wolff à emissora austríaca ORF.
Christian Horner, Toto Wolff e Helmut Marko à mesa: dirigentes conversam em etapa da F1 2017 — Foto: Getty Images
Nesta sexta-feira, Marko relatou que sua presença no GP da Austrália, entre os dias 22 e 24 de março, não estava garantida devido a uma "possibilidade teórica" de que ele fosse suspenso do cargo. A empresa que dá nome à RBR investiga suspeitas de envolvimento do consultor no vazamento de informações sobre o caso Horner à imprensa.
O tricampeão Max Verstappen, por sua vez, revelou que uma possível demissão de Marko poderia afetar sua permanência na hexacampeã de construtores. Neste sábado, o consultor chegou ao paddock na Arábia Saudita ao lado de Oliver Mintzlaff, CEO da empresa de energéticos, com quem teve uma reunião.
- Minha lealdade a ele é muito grande, e também sempre expressei isso a todos da equipe, a todos do alto escalão, que ele é uma parte importante da minha tomada de decisões sobre o futuro, bem como dentro da equipe. Por isso é muito importante que ele permaneça na equipe, incluindo, é claro, todos os outros. É muito importante que mantenhamos as pessoas-chave juntas, pois sinto que se um pilar tão importante cair, isso não será bom para a minha situação - declarou Max após a pole position em Jeddah, na sexta-feira.
Helmut Marko chegou ao paddock da Arábia Saudita ao lado de Oliver Mintzlaff, diretor da empresa-mãe da RBR — Foto: Rudy Carezzevoli/Getty Images
Na abertura da temporada, no Bahrein, Wolff foi visto em conversas públicas com Jos Verstappen, que chamou a atenção por criticar duramente o chefe Christian Horner. Em meio ao momento delicado, o chefe da Mercedes reforçou que a equipe possui um assento disponível a partir de 2025, mas apontou novamente que Max deve preferir permanecer no carro mais veloz do grid.
- Temos um assento disponível em 2025 e 2026, mas Max vai dirigir onde está o carro mais veloz, e hoje é a RBR. Nós (Wolff e Jos) temos nos falado há dez anos, desde que o Max está na F1. Tenho um bom relacionamento com o Jos e também com o Max, mas isso não significa que alguém veria mudanças no lado profissional a curto prazo - completou Wolff.
A F1 2024 segue para o GP da Arábia Saudita neste sábado, 9 de março, em respeito ao Ramadã. O ge.globo acompanha todas as emoções da prova a partir de 13h30, em tempo real.
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Infos e horários do GP da Arábia Saudita - F1 2024 — Foto: Infoesporte
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