Embora Christian Horner tenha sido inocentado da investigação de comportamento sexual impróprio com uma funcionária de sua equipe, a RBR, o caso segue reverberando na F1. Nesta quinta-feira que antecipa o GP da Arábia Saudita, o heptacampeão Lewis Hamilton comentou o assunto e não escondeu a decepção com o que considera um exemplo dos defeitos do automobilismo.
- Isso destaca alguns dos problemas que temos no esporte. E quando estamos falando de diversidade e inclusão, fazer com que as pessoas se sintam confortáveis nesse ambiente é fundamental. Mas claramente não é esse o caso. Essa não é a parte do esporte que eu amo. Mas você vê essas coisas nos negócios - lamentou.
Rafael Lopes e Luciano Burti fazem a prévia do GP da Arábia Saudita de 2024
Horner foi inocentado após uma investigação externa movida pela empresa de energéticos que controla a RBR. Na última semana, capturas de tela, não comprovadas, foram enviadas por uma fonte anônima a jornalistas presentes no GP do Bahrein.
As imagens mostravam supostas conversas de tom íntimo entre o chefe da equipe austríaca e uma funcionária. Mas apesar da inocência do britânico, o caso se revelou uma crise interna no time seis vezes campeão após o pai de Max Verstappen, Jos, afirmar que a permanência do chefe racharia a RBR.
- Como alguém que ama o esporte, sem dúvida é decepcionante ver o que está acontecendo. Não parece bom para quem está vendo de fora. É um momento muito importante para o esporte mostrar e manter seus valores, responsabilizando-nos por nossas ações, no que se refere ao que apresentamos ao mundo e como lidamos com isso. Mas até aqui o assunto não foi tratado muito bem. Transparência é essencial, e eu realmente espero ver algum progresso daqui para frente - cobrou Hamilton.
Outra polêmica a agitar os bastidores da F1 neste início de ano trata das duas investigações de interferência movidas contra o presidente da Federação Internacional Automobilismo (FIA), Mohammed ben Sulayem.
Ele teria tentado interferir na punição recebida - e retirada - por Fernando Alonso, terceiro colocado no GP da Arábia Saudita de 2023. O espanhol recebeu de volta seu centésimo pódio após argumentação da Aston Martin, que trouxe casos antigos para justificar que o macaco encostado no carro do bicameão, quando ele cumpria punição de 5s nos boxes, não conferia "trabalho no veículo".
Ben Sulayem ainda está sendo investigado por tentar interferir na aprovação do GP de Las Vegas, que retornou à F1 no ano passado.
Colega de Hamilton na Mercedes, George Russell reforçou a cobrança do companheiro por transparência no caso - uma pauta já defendida pelo chefe de ambos, Toto Wolff, e pelo CEO da McLaren, Zak Brown.
- Queremos um ambiente justo e igualitário para mostrarmos o que podemos fazer. Acredito que as corridas precisam estar na frente de tudo, e é uma pena quando isso não é o foco da atenção da mídia. Mas, da mesma forma, a Fórmula 1 está na vanguarda da tecnologia, e do ponto de vista do entretenimento, estamos ultrapassando os limites nos últimos anos. Precisamos criar um ambiente que seja inclusivo para todos. Estamos vendo a mudança demográfica (no público, mais feminino) nos últimos dois anos, então infelizmente precisamos ter essas conversas difíceis - defendeu o britânico.
Em respeito ao Ramadã, a F1 2024 segue para sua próxima corrida neste sábado, 9 de março, com o GP da Arábia Saudita. Veja o calendário completo aqui, assim como a tabela de classificação do campeonato.
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